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Cruzamo-nos nos anos noventa por vicissitudes do destino, tal como nos descruzamos pelos mesmos motivos. Nele, a velha discussão entre a forma e o conteúdo perdia sentido porque uma correspondia à outra. Como jornalista, disse o que tinha dizer num texto derradeiro e lúcido: «o jornalismo contém em si uma epistemológica contradição. Como historiadores do instante, os jornalistas fabricam a memória, mas, incapazes de reter a História do Jornalismo (que não é a mesma coisa que a História da Imprensa), fabricam em simultâneo o seu próprio esquecimento. Na avidez na notícia, vampirizam o presente, e o presente paga-lhes na mesma moeda: jornalista que deixe de escrever deixa de existir, para em breve nunca sequer ter existido». Aos poucos, um a um, os bons vão-se embora. Assusta-me o futuro sem estes amigos que nos deixam por aqui.