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Hoje, quase todos os políticos portugueses de direita pensam como a esquerda – escreve João Miranda a propósito da abstenção do PS, PSD e CDS-PP, na Assembleia Municipal de Lisboa, na votação de uma proposta do Bloco de Esquerda a favor da geminação de Lisboa com Gaza, cidade sob o controlo dos neo-fascistas do Hammas. Mas outros exemplos podem ser dados, como as propostas do CDS-PP e do PSD, na Assembleia da República, tendo por objectivo suspender a avaliação dos professores, por exemplo.
A Companhia Teatral do Chiado nasceu, em 1991, a partir da cedência de um espaço Municipal. Sem concurso público. Se fosse hoje, Mário Viegas teria de ir pedir asilo a Espanha. Mas, o que agrava a situação, é que Tierno Galván, nessa altura, já não era alcalde de Madrid.
Largo de São Vicente, fronteiro ao mosteiro com o mesmo nome. (Lisboa, S.OS.)
Esta imagem serve, também, para deixar memória do meu carro debaixo dos escombros (ontem, na Rua da Mãe d´Água, ao Príncipe Real)
Para o Mário Rui, o Largo do Rato é a sua aldeia, por isso, não quer lá o moderníssimo mausoléu:
«O Largo do Rato nunca foi bonito, mas era mais bonito quando tinha o Tasco, muitos eléctricos, a bomba de gasolina, quando o 18 era uma grande e luminosa taberna com memória de fado. No Rato, as risonhas e sevilhanas góticas do Frágil esperavam por um autocarro de dois andares, madrugada. Muito usada foi, a balança dos Correios, para pesar erva. A loja do sr. Serafim era um pavor de flanelas, a do sr. Farinha era pior. A Fernandes era melhor do que é hoje. Logo ao início de cada uma das suas ruas, tantas coisas boas. A Dione, a Brumel. A charcutaria Brasil. Os livros da Vampiro no alfarrabista, antes do talho de carne de cavalo. As motas, que vinham de todos os lados para a Alsaciana. E a Associação Escolar de São Mamede, onde estive da infantil até à 4ª classe sem que alguém me aborrecesse com religiosidades ou parvoíces do regime (passava-se, sem dizer ai, à frente dos textos de louvor aos almirantes). A coisa lá era muita leitura, interpretação, gramática, redacção ("o coelho é um mamífero que, depois de morto, dá uma carne saborosíssima"), reguadas, matemática, história e geografia. E beijos das professoras e da dona Patrocínio. Quando antevejo o moderníssimo mausoléu, mas tão moderno, mas mesmo tão moderno, oh yeah, que vai limpar aquela minha velha mancha roxo-velho, onde depois houve bailes étnicos aos fins-de-semana, lembro as batas brancas e os maternais nomes de Helena, Isabel, Eugénia. E o Rui Manuel, o Seixas, o Elias, o Baeta, o Manuel Augusto, o António Ribeiro, o Lampreia, o Marino, uns amigos, outros "inimigos", todos amigos no tempo.»
«A previsão mais fácil de fazer» – escreve o Pedro Correia. Estou de acordo. Mas, afinal, a quem é que o Zé faz falta?
Carmona Rodrigues deu como cumprido o objectivo principal da sua candidatura à Câmara de Lisboa: enterrar Marques Mendes. Com o objectivo cumprido, retira-se. Lisboa agradece.
Lisboa. Pátio de Dom Fradique (ao Castelo). 2008. Escultor desconhecido.
Cumpri hoje um ritual de muitos anos. Saí de casa, a pé, pela noite morna, e fui até à Bica. Abanquei no Beco dos Arciprestes, como em todos os outros anos. Salvou-se o caldo-verde, já que é muito raro encontrar sardinhas tão más. A sangria, essa, não era mais do que uma mixórdia inqualificável. Mas, sabia ao que ia. É esta cidade genuína que me dá prazer. É esta liberdade de escolha que nenhuma polícia me pode tirar.
Como sublinha o Francisco, hoje é sexta-feira, 13, sobretudo