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Manuel Alegre, a quem o BE, em boa hora, concedeu o privilégio de encerrar um tal «fórum de serviços públicos», disse que as ideias aí produzidas são para ir a votos. Acho bem. Quanto mais «ideias» a votos, melhor. Enriquece as escolhas de quem vota e, consequentemente, enriquece a democracia. No entanto, não esclareceu se ele, Manuel Alegre, decidiu levar essas «ideias» a votos; se entrega ao BE essa missão ou se as vai levar conjuntamente com o BE. Em matéria de convicções não se pode ser calculista, decidir em função de expectativas eleitorais. Ou se acredita ou não se acredita nas «ideias». Se se acredita, não se deve temer o isolamento, o fiasco eleitoral, o desaire. A convicção não é compatível com o calculismo. Se Manuel Alegre não esclarece em breve quem vai levar essas «ideias» a votos corrói a sua credibilidade política. Permite que as más-línguas – e por aí há muitas – associem as suas «ideias» à vaidade pessoal ou à candidatura à presidência da República. Manuel Alegre deve desmentir as más-línguas. Manuel Alegre não é, pelo seu passado, um mero candidato presidencial derrotado, como Ségolène Royal. Ele esteve na primeira linha da luta contra a ditadura até 1974, contra o PCP e a extrema-esquerda, em 74/75, com um governo do PS com o CDS e outro com o PSD na defesa da democracia, da integração europeia, das revisões constitucionais, da recuperação económica, das privatizações. Não pode, por isso, deixar em mão alheias a defesa das suas «ideias».