Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
A reunião de hoje do Eurogrupo sublinhou a sua desconfiança em relação os números que sustentam o Orçamento de Estado para 2015. Deram um moratória ao governo para provar que o números e previsões estão certos,como defende a ministra das Finanças. Como escrevi há dias no Repórter Sombra este Orçamento assenta no milagre das rosas e na teoria do ketchup. Termina assim:
No entanto, o governo não se ficou por aqui. Quis mostrar com este Orçamento que a “salvação” está ao dobrar da esquina ou, em linguagem mais directa, ao dobrar das próximas eleições. Para acertar os números, atirou o crescimento económico para 1,5%, faz baixar significativamente o desemprego e subir até ao limite as receitas fiscais. Meia dezena de instituições, nacionais e estrangeiras, que não têm nos seus pergaminhos fazer oposição ao governo, ao tomarem conhecimento da proposta de Orçamento, alertaram para este delírio. Contudo, o governo não se deu por achado e fundamentou as suas previsões, através de dois dos seus ministros, associando a nossa melhor tradição milagreira, que já vem desde D. Fuas Roupinho, cujo cavalo estacou à beira de uma falésia, por ordem de uma Nossa Senhora, poupando a vida ao cavaleiro, com a “teoria do ketchup”, cujas raízes populares são sobejamente conhecidas, quer de cozinheiros, quer de comensais utilizadores desta pasta atomatada.
Os fundamentos milagreiros ficaram a cargo da senhora ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque. Em Oliveira de Azeméis, em discurso aos crentes, militantes do PSD, disse: “As nossas previsões não são optimistas demais. Acreditamos que podemos ter surpresas positivas ao longo do ano de 2015”. Foi uma declaração de fé, já que não adiantou uma única palavra que sustentasse a sua crença. Coube ao senhor ministro da Economia, Pires de Lima, no Parlamento, esclarecer a fé da sua colega de governo. Disse o senhor ministro Pires de Lima que o investimento, indispensável ao cumprimento das previsões do governo, “ é como o ketchup, aperta-se e não sai nada, aperta-se e não sai nada e de repente sai tudo num golpe”. Em 2015, os portugueses ficam, assim, entregues a crenças milagreiras. Se não acontecer um milagre, ao menos que salte a tampa ao frasco de ketchup. Em suma: estamos todos tramados!
(ler na integra aqui)