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O «campeão de Inverno» não se deu bem com o frio de Janeiro e, ontem, em campo molhado, no Restelo, voltou a perder o primeiro lugar. O Sporting, esse, nem a temperatura amena da Madeira o ajuda: sempre que o primeiro lugar está à vista, desatina. Os jogadores mostram que não se sabem articular; que não sabem fazer passes certeiros. Jogo atabalhoado e mal treinado, como sempre. Como em terra de cegos quem tem um olho é rei, o F C Porto termina a primeira volta no lugar a que está habituado. O demérito alheio ajuda muito mas, manda a verdade dizer, os portistas raramente falham nos momentos certos.
«Um golo escandalosamente em fora-de-jogo de Vukcevic garantiu, em Vila do Conde, o triunfo do Sporting sobre o Rio Ave». É tudo o que se pode dizer sobre este jogo.A alegria veio do Funchal, enquanto o Olhanense provou que se o orçamento da equipa correspondesse ao ordenado de 3 jogadores do Benfica já estaria a jogar na I Divisão.
Consta por aí que Luís Filipe Vieira está plantado, desde o final do jogo do Benfica, à porta do DIAP, onde aguarda a abertura daquele organismo a fim de apresentar ao Ministério Público uma queixa-crime contra o árbitro Paulo Baptista. O dirigente benfiquista não aceita que se marquem golos com jogadores notoriamente em fora de jogo e se faça vista grossa a penáltis inquestionáveis. Face à temperatura baixa que se espera durante a madrugada, centenas de adeptos do clube da Luz, solidários, têm-se deslocado à Gomes Freire levando café, cigarros e agasalhos ao seu dirigente. O clube de Braga criticou a arbitragem mas, segundo dizem, dispensam essa «palhaçada» das queixas-crime. Quem não tem culpa nenhuma de tudo isto é o treinador Flores, o qual já declarou que está no Benfica por acidente. A sua ambição é treinar uma equipa de nível europeu.
[ Adenda: O Trofense retirou a liderança ao FC Porto. Francisco, o Campeonato promete…. ]
[Adenda 3 : Já recebi 2 e-mail a chamarem-me «filha da puta» e «lagarto de merda». Não é por acaso que o Benfica tem 11 milhões de adeptos.]
O Trofense saiu do último lugar. Este campeonato promete…
O Benfica consagrou-se, hoje, no Estádio da Luz, num jogo empolgante
contra o Nacional da Madeira, «Campeão de Inverno». O título conquistado
não dá direito a troféu, mas esse facto não impede as comemorações já que
os encarnados não ganhavam este estranho «campeonato» desde o século
passado, ainda Cavaco Silva era primeiro-ministro.
Eu sei o que está a acontecer em Bombaim; e, também li a entrevista de V.S. Naipaul no DN, sobretudo aquela frase sobre Guantánamo, citada por Filipe Nunes Vicente; como estou a par, mais detalhe, menos detalhe, da profunda crise do capitalismo. Salva-nos, na amargurada vertigem dos dias, pequenos prazeres: um bom livro, um bom amigo, uma boa refeição. Ontem, ao jantar, com um bom amigo, no Veneza, ali em Mem Moniz – um ensopado de borrego, envolto em Quinta da Revolta – entre muitas conversas, assistimos a um jogo do Benfica com uns gregos. Muitas vezes disse: sou adepto de qualquer equipa portuguesa sempre que joga com equipas estrangeiras. Hoje descobri que tal afirmação da minha parte é só racional. Emotivamente tal não corresponde à verdade. Eu ontem senti-me grego, ao ponto de um benfiquista, na mesa do lado, esfaquear com o olhar o entusiasmo transbordante com que brindei cada um dos cinco golos dos gregos. E em verdade vos digo: se os tais gregos jogassem com o Messi, aquele do Barcelona, tinham sido, pelos menos, dez golos.
Que saudades dos «Bons tempos em que jogava o Pauleta, e os adversários se mostravam "macios”».
O pior que podia acontecer a Cristiano Ronaldo (a avaliar pelas múltiplas declarações narcisistas que tem proferido) era atribuírem-lhe o título de «melhor jogador do mundo». Na passagem: Se a «selecção nacional» pensa que vai tirar o pezinho da lama, num jogo a feijões transmitido, hoje, à meia-noite, pode já tirar o cavalo da chuva. Carlos Queirós só tem direito a tirar o pezinho da lama, em Março, quando a selecção jogar a sério.
Não escrevo mais uma palavra sobre Paulo Bento porque nunca o considerei um treinador de futebol, mas apenas um «espontâneo», ainda por cima barato. Estas linhas são apenas para elogiar o trabalho de José Mota, treinador do Leixões (não é por acaso que se ganha no Dragão e em Alvalade) e expressar o meu desejo, como sportinguista, que ele venha, a partir de Janeiro, para o Sporting, para pôr ordem naquele bando de inaptos. Dar-lhes fio de jogo e consistência.
O F C Porto é uma equipa fácil, macia. Até para a Naval 1º de Maio, sem referir o Leixões. É 8º classificado no campeonato nacional. Mas para o Sporting tudo é difícil, mesmo quando Liedson tenta resolver.
Quanto a ucranianos estamos conversados: Paulo Bento é muito melhor do que Jesualdo Ferreira, mesmo dando de barato que jogar em casa é mais favorável do que jogar fora.
A história da selecção nacional de futebol divide-se em duas épocas: a época Scolari e todas as outras (talvez, a excepção do mundial de 66). Os últimos três jogos (com a Dinamarca, a Suécia e a Albânia) já são suficientes para marcar definitivamente este período das «outras épocas» – no caso, o período Queiroz. Um bando de incompetentes, desorganizados e mal dirigidos empata com a Albânia. Queiroz, antes deste jogo, devia ter lido O general do exército morto, de Ismael Kadaré e teria percebido a garra albanesa. Carlos Queiroz pode regressar a Manchester o mais rápido possível. Nesta altura, deixem-se de paninhos quentes e não estraguem os debates em curso sobre a crise e o orçamento de Estado.
Constava por aí que, caso o Sporting ganhasse ao FC Porto, Paulo Bento ia substituir Jesualdo. Caso fosse verdade, o Sporting hoje sofreu uma dupla derrota. Paulo Bento reconheceu, tal com já tinha feito no final do jogo com o Benfica, que o adversário «foi um justo vencedor». Quer num caso, como no outro, não é difícil esse reconhecimento. O Natal ainda vem longe…
Quando assisti, no sofá, com é hábito, há 15 dias, ao Barcelona-Sporting, cujo resultado final ficou nos 3-1, pensei que o Sporting tinha sido «massacrado». Hoje, depois de assistir ao Arsenal-FCPorto, revi em alta o conceito de «massacre».
Não é necessário acrescentar mais nada às palavras de Paulo Bento: «a vitória do Benfica não merece contestação».
PS: Só agora dei conta que Filipe Nunes Vicente, antes do jogo, explicou o que se ia passar: «como a força dos queixinhas reside precisamente no meio campo ( Rochemback e Moutinho, a Sara Bernhardt do futebol luso), o sobrinho da Tia Lola terá de respeitar a sociedade: jogar directo e pelas faixas.»