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Por sua conta e risco, para apresentar serviço, ou por sugestão de alguém, eventualmente (o que o próprio nega), Paulo Campos, secretário de Estado das Obras Públicas, amigo de Joana Amaral Dias, a bloquista saneada pelo grupo de Louçã por ter apoiado Mário Soares nas presidenciais, foram tomar uma café, no Jardim da Estrela, e ele, para fazer conversa, apesar da matreirice subjacente, enquanto deitava o açúcar na chávena, disse-lhe: «Joana, tu não queres fazer parte da lista de deputados por Coimbra pelo PS?». Ela, terá interrogado: «Por Coimbra, Paulo?». Ele, então, não hesitou na resposta: «Sabes, convidaram-me para o 3º lugar, mas eu não estou afim. Se eu apresentasse um nome bonito para me substituir, assim como o teu, até o secretário-geral me agradecia e eu podia bater a asa». Ela, também matreira, porque já tem muitos anos disto, viu a «insuficiência» do convite feito pelo amigo, sorveu o último gole de café e, já com um plano alternativo na cabeça, respondeu: «Paulo, desculpa mas eu não estou afim». Mal se tinham despedido, provavelmente à francesa, com três beijos (ou, quem sabe, à «jet set» luso, com um único roçar de face e um som de beijo a acompanhar) já a Joana estava colada ao telemóvel a discar o número mágico, como se lhe tivesse saído o euromilhões: «Está? Xico? É só para te dizer que não sou uma traidora. Fui convidada para a lista de deputados do PS e recusei, mostrando a minha indignação». O Xico nem quis ouvir mais nada. Desembolou, como qualquer puto quando lhe oferecem uma bicicleta. E disparou: José Sócrates usa o Estado para fazer tráfico de influências. Neste seu afã, nem se deu conta que era apenas a Joana que o estava a usar, a ele, o «grande líder» do PSR que engoliu a UDP e a Política XXI. Mas, o caricato desta «história» é que Louçã age sempre assim, às três pancadas, em tudo. Acusa como na Inquisição ou como Trotsky, em 1917: sem fundamento, nem provas. E fica muito feliz com isso. A Joana, apesar da diatribe, ao pé do Xico é uma santinha.