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Há meia dúzia de meses, nas cercanias da escola secundária de Fafe, duas centenas de alunos receberam a Ministra da Educação com vaias e arremessando ovos contra a viatura oficial. É uma forma de protesto. Radical, mas uma forma de protesto admissível em democracia. Provavelmente, os alunos presentes foram incentivados pelos professores que se encontravam no auge da luta contra a Ministra, o que não é relevante do ponto de vista do protesto em si. O que não é admissível é a Inspecção-Geral de Educação proceder a interrogatórios aos alunos que participaram no protesto. Não conduzem a lado nenhum, mas diminuem os direitos, as liberdades e as garantias dos cidadãos. Não se trata de uma questão na esfera de competências da Inspecção–Geral de Educação. Das duas, uma: ou o acto dos alunos, praticado fora da escola, é ilícito e, neste caso, entregue-se à polícia e ao Ministério Público o apuramento da ilicitude e das responsabilidades; ou não é, e prossiga a vida. Quem exerce cargos públicos, nomeadamente políticos, deve saber que a sua acção está permanentemente a ser questionada e contestada. São as regras da democracia.