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Manuel Alegre continua em grande forma. Considera que a decisão de impor regras proibindo o uso de mini-saia e de decotes às funcionárias da Loja do Cidadão, em Faro, no atendimento ao público, durante o horário de trabalho «é uma coisa de cariz fascizante, totalitário, contra a liberdade individual». Aliás, Manuel Alegre não reage desta maneira tão «dura» (fascizante e totalitário, assim como se a Mocidade Portuguesa Feminina estivesse de volta ou o Gulag espreitasse numa qualquer rua de Faro) por ser moda ou, simplesmente, para atear a fogueira «anti-fascista». Sempre foi assim: sempre que entrava num avião e se deparava com as hospedeiras fardadas, dizia: quem são os fascistas e totalitários que vos obrigam a usar essa farda execrável que vos limita a liberdade individual. E sempre que entrou num hotel, ao encostar a barriga ao balcão da recepção, dizia a mesma coisa. Ele detesta fardas, normas, bom-senso. E passa-se a mesma coisa quando vai à caça: caçadora que não empunhe a espingarda de mini-saia e decote avantajado não é caçadora, não é nada. No limite, Manuel Alegre está ao lado do «gingão dirigente sindical algarvio já com idade para ter juízo, com a barba por fazer e com o ar de quem tinha ficado sem água em casa, que se manifestou indignadíssimo com as tais recomendações», como escreveu o João Carvalho. Cá por mim, que não sou de intrigas, aconselho Manuel Alegre a fardar-se de candidato à presidência da República.