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As comissões parlamentares de inquérito são entretenimentos da deputação visando alcançar dividendos político-partidários. Ricardo Salgado navegou por entre as perguntas dos senhores deputados como um peixe de águas profundas, exigindo-lhes que saíssem da superfície se o quisessem apanhar. Mas a deputação não estava lá para isso. Chega-lhes colecionar conversa para o relatório final, no qual se vão debater duas teses de superfície: uns, vão querer concluir que o governador do Banco de Portugal e o governo agiram mal e são os culpados do que aconteceu ao BES; outros, vão tentar conclui que o governo decidiu bem e não se deixa encantar pelos poderosos. É pouco, muito pouco, para justificar a existência destas comissões. E mais não digo.
Passei a manhã a ouvir o Dr. Ricardo Salgado a responder na comissão de inquérito parlamentar. Socorro-me de Raul Brandão para transmitir o meu estado de espírito: “O que se diz nas Câmaras precisa de ser explicado nos corredores, para ser compreendido. O principal é o que se diz ao ouvido. Aquilo ali nas Cortes é apenas aparato”