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Os polícias que se manifestaram mostraram que, se quisessem, subiriam a escadaria de São Bento até ao último degrau, com a condescendência de quem lá estava para o evitar; os seus camaradas, incumbidos de impedir a subida da escadaria, mostraram que cumpriram o dever que lhes foi conferido, com a cumplicidade de quem queria subir a escadaria. O governo devia perceber que o poder depende de quem tem a missão de o defender. Como este governo detesta o 25 de Abril, não percebe o que se passou nesse dia, nem o que se passa hoje.
Leio nos jornais que Paulo Rangel, o candidato das ideias portáteis, explora contradições entre Assis e Seguro. Comporta-se como uma coscuvilheira que, em vez de olhar para dentro de casa, e ver as contradições entre Portas e Passos Coelho, anda na má-língua a desancar na vizinhança. Com Paulo Rangel a campanha não vai passar disto: mão na anca, faca na liga, coscuvilhice e má-língua. Ideias zero.
Paulo Rangel, o candidato twitter, como o próprio classificou o seu manifesto eleitoral, vai debater o estado do país e da Europa em tacadas curtas, meia bola e força: “ideias portáteis, que cada um possa levar para todo o lado”. A comunicação social, que está sempre de boca aberta para o espectáculo, vai ter frases todos os dias. Do tipo: “ Seguro anda a fazer um discurso para piorar a situação do país” ou “Seguro devia explicar porque não se senta à mesa com o governo”. A técnica não é má. Evita a discussão do que é importante, quer cá dentro, quer na Europa. Esperemos que, na noite das eleições, os portugueses lhe digam, como resposta, em frase curta: “Apanhaste uma grande banhada!”.