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Hoje é claro para quase todos o embuste da tese propalada por este governo, segundo a qual a maioria dos portugueses tinha de empobrecer porque “vivia acima das suas possibilidades”. O brutal empobrecimento dos portugueses, através do saque fiscal e do aumento dos transportes, da energia e de tudo o mais, a que foram sujeitos nos últimos dois anos, destinou-se sobretudo a pagar os deboches de um grupo que circula entre os bancos, a administração de empresas públicas e o governo, numa promiscuidade imoral e eticamente decadente. Tanto estão nos bancos a vender swap “tóxicos” ao governo, como passam rapidamente para a gestão de uma empresa pública, onde “negoceiam” contratos de parcerias público-privadas com os bancos onde trabalharam, como são ministros e secretários de Estado incumbidos de resolver junto dos bancos os contratos desastrosos que com estes anteriormente firmaram.
É esta teia de interesses obscuros, esta gente que não está sujeita a qualquer escrutínio democrático, mas que usa o dinheiro dos contribuintes a seu belo prazer, que nos trouxe até aqui e que, a continuar, nos arrastará para uma miséria ainda maior e afundará o regime democrático. No estado em que estamos, a alternativa deixou de ser entre austeridade e crescimento. A alternativa é entre a decência, a moral e ética política e esta pantominice que nos tem conduzido à desgraça. Se mudarmos só as moscas, fica tudo na mesma.
Ninguém me tira da cabeça que Pedro Lomba, ao expor o actual secretário de Estado do Tesouro no seu 'briefing', permitindo aquelas justificações trapalhonas e atabalhoadas, tinha intenção de o empurrar para fora do governo. Se não foi essa a intenção, quem concebeu aqueles 'briefings' bem pode limpar as mãos à parede.