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Qualquer vendedor de nabiças, azeite e grão-de-bico, seja o merceeiro aqui da esquina, sejam as poderosas cadeias de supermercados, sabe que retirar dinheiro aos consumidores diminui a procura e, consequentemente, diminui a sua facturação. Feitas as contas, a redução da TSU proposta para as empresas não cobre os prejuízos. Por isso, todos os empresários vieram dizer que o primeiro-ministro andava na lua. No entanto, António Mexia, presidente da EDP, veio defender a medida avançada, naquele fim de tarde alucinante, entre futebol e espectáculo de variedades, pelo primeiro-ministro. A EDP, sim beneficia. Pelo menos, enquanto não andarmos todos a ser iluminados a candeeiro de petróleo. Não se esqueçam que Catroga recebe muito dinheiro por mês para tratar destes assuntos.
Os dois partidos da coligação que sustentam o governo desconfiam tanto um do outro que só falam através de “actos notariais”. À mínima decisão, lavram escritura pública: «PSD convida CDS para reunião». Resposta, sempre nos jornais: «CDS disponível para encontro com PSD ainda hoje». Mas, ainda mais grave, perante a grave situação: «O encontro PSD com o CDS-PP será sem os líderes». O que significa que os dirigentes máximos de cada um dos dois partidos ainda não se conseguem ver um ao outro. E não sabemos se alguma vez vão conseguir. Como Paulo Portas é o CDS-PP e o PSD não é Passos Coelho, este para se manter à frente dos social-democratas vai ter de beber o veneno até ao fim, arcando com as dores que isso provoca. Seria divertido assistir ao desenvolver desta telenovela, mas não é: são os portugueses a pagar a factura desta balbúrdia.