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1.- Participei na manifestação da «geração à rasca», a 12 de Março de 2011. Governava então José Sócrates e o PS.
2.- Participei na manifestação de sábado, em Lisboa. Governa, agora, Passos Coelho.
Para mim é indiferente quem governa, quando está em causa o essêncial, quer da democracia, quer das pessoas.
Gosto da rua; gosto de ar livre.
Numa frase se retrata a angústia e o desespero - se não mesmo os laivos de loucuras - dos "liberais" que empurraram Passos Coelho para o abismo:
Dizer tanto em 4 linhas não é fácil.
O governo está desorientado. Parece que quer gerir a contabilidades das empresas privadas e a distribuição de lucros aos accionistas. Até obrigá-las a investir. Nem o glorioso partido comunista chinês, na aplicação da teoria de Deng Xiaoping e na construção da «economia de mercado socialista», foi tão longe. Tudo para justificar o disparate monumental de tirar dinheiro aos trabalhadores para dar às entidades patronais. Confesso: eu não tenho a culpa desta loucura que se apoderou de Victor Gaspar e que a passou a Passos Coelho. Isto deve ser obra do demónio ou dos neo-liberais de pacotilha que lhe afagaram os egos. O desespero não é bom conselheiro.
1.- O CDS-PP reuniu-se no fim-de-semana para “analisar” a posição do PSD sobre as medidas de austeridade a inscrever no Orçamento de Estado de 2013;
2.- o PSD vai reunir hoje a Comissão Permanente, e quarta-feira a Comissão Política Nacional, para “analisar” a posição do CDS-PP sobre as medidas de austeridade a inscrever no Orçamento de Estado de 2013;
3.- o presidente da República vai reunir o Conselho de Estado, na sexta-feira, para “analisar” a posição do CDS-PP e a posição do PSD sobre as medidas de austeridade a inscrever no Orçamento de Estado de 2013;
Se os resultados não forem conclusivos vão todos pedir contra-análise.
E nós a pensarmos que o Governo era sustentado por uma coligação estável e coesa.
Coesa já se percebeu que não é, nem vai ser.
Ainda será uma coligação?
No sábado, o país saiu à rua. Literalmente. Pessoas de todas as idades e de todas as crenças. Menos crentes e descrentes. Pessoas que não perdem uma manifestação e pessoas que se baptizaram em acções de protesto. Pessoas que estiveram no 1º de Maio de 1974 e na Alameda em 1975 e pessoas que andam à procura do primeiro emprego. Empregados e desempregados, jovens e reformados. A dimensão e as características inorgânicas do gigantesco protesto, convocado através das redes sociais, que levou à rua centenas de milhares de pessoas em todo o país, são um sinal claro de que os portugueses perderam a paciência com este governo e não vão permitir ser tratados a todo o tempo a pontapé, como cães enxotados. No sábado assistimos a uma lição de cidadania que pode, a desenvolver-se, ser uma nova qualidade da limitada democracia em que vivemos. Um novo “poder” a limitar os desmandos do poder, o tradicional “quero, posso e mando” de quem foi eleito para exercer a governação. E, desta vez, os desmandos ultrapassaram todas as fronteiras da decência política, da competência e do bom senso.