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A maior fatia das consequências das medidas de austeridade decretadas pelo governo ainda está a caminho. Milhares de pequenas empresas vão falir, o desemprego vai subir até números impensáveis, vai aumentar a entrega diária de casas aos bancos, a pobreza vai deixar de se envergonhar, as receitas do Estado vão minguar até ao ponto em que as metas do equilíbrio orçamental vão passar a ser uma miragem e as dívidas não se podem pagar. Daqui a poucos meses, o que vão fazer? Mais medidas de austeridade? Debaixo da aparente calma do dia a dia germina um vulcão em ebulição. Nunca Lisboa esteve tão próxima de Atenas. Quanto mais tarde o PS se desvincular desta loucura recessiva, maior será a factura a pagar no futuro.
Alexis Tsipras, líder da Coligação da Esquerda Radical, segundo partido mais votado nas eleições de Domingo, na Grécia, incumbido de formar governo, disse, no essencial:
1) “O veredicto popular anula claramente o acordo de ajuda com a troika”.
2) “Os bancos devem ficar sob controlo do Estado”
3) “Apelou à criação de uma comissão internacional para investigar se a dívida grega é ou não legal.”
Inequivocamente, os gregos estão-se borrifando se a miséria é paga em euros ou em dracmas. A manter-se esta situação, depois dos gregos, outros povos seguirão o mesmo caminho. Quem nada tem a perder, tanto se lhe dá. São as consequências das políticas de austeridade para quem vive no limiar da dignidade. A saída da Grécia do Euro e da União Europeia terá mais consequências do que os liberais «bem pensantes» esperam. A senhora Merkel e os seus partidários andam há muito tempo a brincar com o fogo.