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A cumplicidade paga-se.

por Tomás Vasques, em 08.05.12

A maior fatia das consequências das medidas de austeridade decretadas pelo governo ainda está a caminho. Milhares de pequenas empresas vão falir, o desemprego vai subir até números impensáveis, vai aumentar a entrega diária de casas aos bancos, a pobreza vai deixar de se envergonhar, as receitas do Estado vão minguar até ao ponto em que as metas do equilíbrio orçamental vão passar a ser uma miragem e as dívidas não se podem pagar. Daqui a poucos meses, o que vão fazer? Mais medidas de austeridade? Debaixo da aparente calma do dia a dia germina um vulcão em ebulição. Nunca Lisboa esteve tão próxima de Atenas. Quanto mais tarde o PS se desvincular desta loucura recessiva, maior será a factura a pagar no futuro.

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publicado às 16:21

No fio da Navalha.

por Tomás Vasques, em 08.05.12

 

Alexis Tsipras, líder da Coligação da Esquerda Radical, segundo partido mais votado nas eleições de Domingo, na Grécia, incumbido de formar governo, disse, no essencial:

 

1)      “O veredicto popular anula claramente o acordo de ajuda com a troika”.

2)      “Os bancos devem ficar sob controlo do Estado”

3)       “Apelou à criação de uma comissão internacional para investigar se a dívida grega é ou não legal.”

 

Inequivocamente, os gregos estão-se borrifando se a miséria é paga em euros ou em dracmas. A manter-se esta situação, depois dos gregos, outros povos seguirão o mesmo caminho. Quem nada tem a perder, tanto se lhe dá. São as consequências das políticas de austeridade para quem vive no limiar da dignidade. A saída da Grécia do Euro e da União Europeia terá mais consequências do que os liberais «bem pensantes» esperam. A senhora Merkel e os seus partidários andam há muito tempo a brincar com o fogo.

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publicado às 15:52

NÃO HÁ COINCIDÊNCIAS.

por Tomás Vasques, em 07.05.12

Boaventura Sousa Santos, numa frase feliz, o que não é hábito, disse: “Vítor Gaspar tem passaporte português mas é alemão”. Dois dias depois, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, afirmou que Vítor Gaspar seria uma excelente escolha para assumir o cargo de Presidente do Eurogrupo. 

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publicado às 22:25

O despoletar da granada.

por Tomás Vasques, em 07.05.12

 

Hollande não pode ceder um milímetro no que disse, em campanha eleitoral, sobre o Tratado Orçamental, pelo menos nos próximos tempos. Tem eleições legislativas em Junho e os eleitores não gostam de ser enganados. Merkel não vai querer «perder a face», e também tem eleições para o ano. Estou curioso em ver os desenvolvimentos na aprovação do Tratado Orçamental que, até ao momento, só gregos e portugueses aprovaram. Os irlandeses vão dizer o que pensam, em referendo, a 31 de Maio. Se os irlandeses disserem não ao Tratado (e a vitória de Hollande pode ser um estimulo) o que acontece antes das legislativas francesas, a senhora Merkel fica com uma batata quente nas mãos. Acresce que, em Espanha, Rajoy, independentemente da família política a que pertence, interessa-lhe mais a posição do eleito presidente francês do que as posições da senhora Merkel, tendo sido o único dirigente europeu a invocar o «poder soberano» do estado espanhol para incumprir as metas orçamentais acordadas. Ontem, as eleições em França e na Grécia podem ter despolatado uma granada. Vamos ver se e quando rebenta.

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publicado às 20:20

A Europa Alemã.

por Tomás Vasques, em 07.05.12

A senhora Merkel diz que o «melhor para a Grécia» é respeitar o plano de ajuda europeu, como se os gregos não tivessem direito a ter opinião; a senhora Merkel diz que «rejeita qualquer alteração na política orçamental da zona euro», como se os franceses fossem verbos de encher. A senhora Merkel diz e faz o que quer, como se a União Europeia fosse uma coutada de Berlim. Esta não é a Europa dos europeus – é a Europa alemã. A Europa que a Direita aplaude.

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publicado às 18:16

Viver na miséria paga em euros ou em dracmas?

por Tomás Vasques, em 07.05.12

Hoje, Domingo, quando escrevo este texto, os franceses escolhem o presidente

da França, entre Sarkozy, que tem submetido a França à agenda ideológica,

financeira e económica da Direita alemã e Hollande, um socialista que tem a

obrigação política de, no mínimo, impedir que a senhora Merkel «decida tudo

sozinha», como ontem disse Romano Prodi, o ex-primeiro-ministro italiano.

Também os gregos decidem se querem viver na miséria paga em euros ou em

dracmas, sendo que a sua escolha não é indiferente ao futuro do Euro. Apesar

da importância do resultado de cada uma destas duas eleições para o futuro

do Euro e da Europa, no dia em que, provavelmente, Hollande é já presidente

eleito da França e os gregos preferiram pagar a miséria em Euros, prolongo

ainda o tema que dominou as atenções e as opiniões da semana passada –

a promoção de uma cadeia de supermercados que fez uma das melhores

campanhas de marketing dos últimos anos em Portugal.

 

Sem hipocrisias, nem ironias, tudo foi pensado ao pormenor: o desconto de

50%, por ser um número certo e simbólico: dividir irmãmente em partes iguais;

o dia escolhido – o 1º de Maio, dia do Trabalhador – foi magistral, de se lhe

tirar o chapéu; e o anúncio em cima da hora foi a cereja em cima do bolo. Muita

gente se indignou com esta operação de marketing bem-sucedida como se

estivesse à espera que o empresário Soares dos Santos tivesse a obrigação de

convocar os seus trabalhadores para as manifestações do 1º de Maio convocadas

pela CGTP. Não só não tem essa obrigação, como tem um objectivo elementar a

cumprir: criar lucros com a sua actividade empresarial. Outros, indignaram-se

com o comportamento do «zé povinho» que aderiu em massa à promoção,

como se estivessem à espera que quem fica em casa sem nada para fazer, num

feriado cujo significado nada lhe diz, se recusasse a comprar o que precisa (e o

que não precisa) a metade do preço. Não faz sentido a tese do «empresário

provocador», como não faz sentido a tese da «classe média ávida de consumo».

Ambas as partes, vendedores e consumidores, agiram de acordo com os seus

objectivos e necessidades imediatas, o que é normal. O mais que se acrescentar

é conversa fiada. No entanto, este caso, como tantos outros semelhantes, é a

prova da falência da Educação, a qual tem conduzido à «descapitalização»

cultural de várias gerações, que não conhecem Camões, Eça ou Amadeo de

Souza Cardoso, por exemplo, com a cumplicidade dos sindicatos dos

professores. É tão fácil encher supermercados de consumidores, como fácil é

encher a Avenida da Liberdade de professores que aderem em massa à defesa

dos seus interesses individuais e imediatos. No fundo, o «fenómeno» é o

mesmo, e a CGTP, na maior parte dos casos, não está longe do senhor Soares

dos Santos. Na sociedade, tal como na natureza, os opostos se atraem.

 

(Ler mais AQUI)

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publicado às 17:26

Rotativismo grego ao fundo!

por Tomás Vasques, em 07.05.12

O rotativismo partidário grego, entre a Nova Democracia e o PASOK implodiu ontem. A Coligação da Esquerda Radical foi o segundo partido mais votado, ultrapassando os socialistas, enquanto a ND – o partido mais votado – não atingiu os 20% dos votos. Os «partidos do costume» que, no seu conjunto, passaram décadas e recolher entre 70 e 80% dos votos, não atingiram os 35%, não tendo uma maioria no Parlamento que permita sustentar um «governo de salvação nacional». Hoje serão conhecidos os resultados das eleições municipais em Itália. Aguardemos pelas surpresas.

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publicado às 13:20

As derrotas da senhora Merkel.

por Tomás Vasques, em 07.05.12

Ontem, a senhora Merkel viu a sua estratégia de empobrecimento dos trabalhadores europeus derrotada em França, na Grécia e no estado alemão de Schleswig-Holstein, onde a vitória por 4 décimas sobre o SPD não é suficiente para a CDU formar governo. Com a vitória de Hollande perdeu o principal aliado da sua estratégia, enquanto os gregos votaram com «fúria» contra a violenta austeridade, a intervenção externa e o governo imposto pela troika, independentemente das consequências em relação à permanência no Euro. São sinais de aviso importantes. 

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publicado às 13:03



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