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Um dos fundamentos avançados
pelo ministro da Saúde para o encerramento da Maternidade Alfredo da Costa foi
a diminuição do número de partos, nos últimos anos, naquela unidade hospitalar.
Enganou-se nos números. O número de
partos tem aumentado. Não dei conta de que o ministro tivesse explicado publicamente
o erro e tirado daí consequências. Foi você que pediu um governo transparente?
Na última semana de Março soaram as campainhas de alarme aos ouvidos do
governo. As consequências da recessão a que as medidas de austeridade nos
conduzem são incontroláveis. Tornou-se, então, evidente para quem nos
governa o que já era evidente há muito tempo: as medidas tomadas até aí
estavam a provocar resultados opostos aos desejados. E ficou claro que Portugal
não vai «regressar aos mercados» no dia 23 de Setembro de 2013, como o
ministro das Finanças, Vítor Gaspar, repetidamente afirmara. Vai ter de pedir
novo resgate, aliás, já implicitamente previsto pelos burocratas da troika.
Acresce que todas as medidas tomadas e as outras que aí vêm são parte de uma
agenda ideológica dos partidos no governo – um ajuste de contas há muitos
anos adiado e que, agora, sob a custódia dos credores, está a ser executado. Por
isso, desde da Semana Santa, o governo iniciou, sem aviso prévio, nem
explicações adicionais, um novo ciclo de medidas de austeridade, as quais estão
para além do que consta no memorando acordado com a troika para o primeiro
resgate. As novas medidas, anunciadas avulsas, quase uma por dia, parecem
resultar de um «concurso de ideias» lançado a todos os ministros. O pontapé de
saída foi dado pelo próprio primeiro-ministro ao declarar, ao contrário do que
sempre tinha dito, que os subsídios de férias e Natal dos funcionários públicos e
pensionistas só seriam repostos lá para 2015 e aos bochechos. Posteriormente,
rectificou o tiro, e acrescentou: «Serão repostos assim que possível», o que
dilata a suspensão para o fim do prazo do segundo resgate. Depois, pela mão da
ministra Assunção Cristas apareceu, caído do céu, um novo imposto sobre
a «segurança alimentar» - a recair certamente sobre o consumidor final,
enquanto em surdina, pela calada da noite, se suspendiam as pensões de
reforma antecipadas. O ministro Pedro Mota Soares para além de restringir
substancialmente o Rendimento Social de Inserção, congemina a entrega ao
sector privado de parte da Segurança Social. As vítimas são sempre as mesmas.
(Ler mais aqui).