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PRESIDENCIAIS FRANCESAS | As últimas sondagens, a 4 dias da
primeira volta, colocam à frente François Hollande,
com 29% de intenções de voto, seguido por Sarkozy, 24%, Marine Le Pen, 17% e Jean-Luc
Mélenchon com 15%. Para a segunda volta, quinze
dias depois, a mesma sondagem prevê uma vitória clara do socialista, com 58%
contra 42% de Sarkozy.
A nacionalização pelo governo argentino da Repsol Argentina é um acto isolado ou é o pontapé de saída para uma inversão da «nova ordem económica mundial»?
Os jornais publicaram um relatório do FMI, e sintetizam: «Estudos do FMI mostram que, no actual contexto, o ajustamento orçamental pode ter um impacto negativo nas economias. Instituição pede política de redução do défice menos agressiva.» Até o FMI - um dos nossos credores - não acredita na conversa dos bons alunos do «colégio alemão». Os países na miséria não pagam dividas, diz o FMI, e : «não devem reduzir o défice a todo o custo, sob pena de enfraquecer ainda mais a actividade económica e, inclusive, exacerbar os receios dos mercados face às perspectivas de crescimento.» Ao contrário do que os catequistas da luterana Merkel pastoreiam por cá.
Os dados do final de Março compilados pelo Centro
Nacional de Pensões e pelo Ministério da Segurança Social, segundo notícia do
i, indicam que 1 milhão e
400 mil (o que corresponde a 85%) pensionistas da Segurança Social, no final de
2011, recebiam menos de 500 euros por mês. No final de 2010, estes pensionistas
correspondiam a 79%. Se a este quadro adicionarmos os significativos aumentos
da electricidade e do gaz, todos as alterações na Saúde e a subida do IVA, para
não ir mais longe, temos a noção da miséria em que vive este milhão e meio de
portugueses. Foi você que disse que os portugueses viviam acima das suas
possibilidades?
Um dos fundamentos avançados
pelo ministro da Saúde para o encerramento da Maternidade Alfredo da Costa foi
a diminuição do número de partos, nos últimos anos, naquela unidade hospitalar.
Enganou-se nos números. O número de
partos tem aumentado. Não dei conta de que o ministro tivesse explicado publicamente
o erro e tirado daí consequências. Foi você que pediu um governo transparente?
Na última semana de Março soaram as campainhas de alarme aos ouvidos do
governo. As consequências da recessão a que as medidas de austeridade nos
conduzem são incontroláveis. Tornou-se, então, evidente para quem nos
governa o que já era evidente há muito tempo: as medidas tomadas até aí
estavam a provocar resultados opostos aos desejados. E ficou claro que Portugal
não vai «regressar aos mercados» no dia 23 de Setembro de 2013, como o
ministro das Finanças, Vítor Gaspar, repetidamente afirmara. Vai ter de pedir
novo resgate, aliás, já implicitamente previsto pelos burocratas da troika.
Acresce que todas as medidas tomadas e as outras que aí vêm são parte de uma
agenda ideológica dos partidos no governo – um ajuste de contas há muitos
anos adiado e que, agora, sob a custódia dos credores, está a ser executado. Por
isso, desde da Semana Santa, o governo iniciou, sem aviso prévio, nem
explicações adicionais, um novo ciclo de medidas de austeridade, as quais estão
para além do que consta no memorando acordado com a troika para o primeiro
resgate. As novas medidas, anunciadas avulsas, quase uma por dia, parecem
resultar de um «concurso de ideias» lançado a todos os ministros. O pontapé de
saída foi dado pelo próprio primeiro-ministro ao declarar, ao contrário do que
sempre tinha dito, que os subsídios de férias e Natal dos funcionários públicos e
pensionistas só seriam repostos lá para 2015 e aos bochechos. Posteriormente,
rectificou o tiro, e acrescentou: «Serão repostos assim que possível», o que
dilata a suspensão para o fim do prazo do segundo resgate. Depois, pela mão da
ministra Assunção Cristas apareceu, caído do céu, um novo imposto sobre
a «segurança alimentar» - a recair certamente sobre o consumidor final,
enquanto em surdina, pela calada da noite, se suspendiam as pensões de
reforma antecipadas. O ministro Pedro Mota Soares para além de restringir
substancialmente o Rendimento Social de Inserção, congemina a entrega ao
sector privado de parte da Segurança Social. As vítimas são sempre as mesmas.
(Ler mais aqui).
Flexibilizar a legislação do Trabalho para aumentar o emprego - diziam eles.
António José Seguro disse, hoje, no Parlamento, que «estes tratados não respondem verdadeiramente à crise, podem responder aos mercados, mas não respondem aos problemas das pessoas». Ora, se isto é verdade, se o secretário-geral do PS tem razão, mal se entende o voto favorável dos socialistas aos tratados europeus em causa, nomeadamente aceitar a transposição da «regra de ouro».
Isabel Alçada defende que Parque Escolar foi barato.
A propósito da confusão gerada na entrada da A22, em Vila Real de Santo António, na semana santa, as Estradas de Portugal explicam que «a forma mais cómoda de realizar o pagamento das portagens é fazê-lo online, logo no país de origem e ainda antes de chegar a Portugal. Essa é a forma que assegura que não haja nem incómodos nem demoras». Sugerir aos visitantes estrangeiros que paguem portagens de auto-estrada, online, antes de entrarem em Portugal, como quem reserva um quarto de hotel, demonstra bem como os nossos gestores públicos vivem para dentro, para eles, e não para os consumidores e para os resultados das empresas que gerem.
O Presidente da República disse hoje que nunca mais irá falar sobre a pensão que recebe do Banco de Portugal. Disse ao jornalista que o questionou: «Nunca mais voltarei a pronunciar-me por uma simples razão: aquilo que os senhores têm escrito sobre o assunto não corresponde minimamente à verdade e já desisti de fornecer qualquer outro esclarecimento». Trata-se de uma frase ensaiada para fugir ao esclarecimento. Ora, se «não corresponde minimamente à verdade» o que foi noticiado, sobretudo o valor do conjunto das pensões de reforma, do BdP e da CGA, mais se exige que o senhor presidente esclareça de uma vez por todas: 1) Qual a valor das pensões de reforma que recebe? 2) Qual a razão que o fez optar pelas pensões de reforma em vez da remuneração devida ao cargo que ocupa e para o qual foi eleito? 3) Vai receber ou não os subsídios de férias e natal que foram retirados aos demais funcionários públicos e pensionistas? A transparência no exercício dos cargos públicos exige que não hajam vacas encoiradas.
Como vão longe os tempos em que o CDS-PP, em tom emproado, questionava no Parlamento o ministro socialista Correia de Campos, a propósito do encerramento de blocos de partos nos hospitais de Oliveira de Azeméis, Elvas, Santo Tirso, Barcelos ou de Lamego. E, no calor do debate, desafiou o governo «a não fazer política no sector da Saúde a pensar no défice». Agora, no governo, sem pinga de vergonha, prepara-se para fechar a Maternidade Alfredo da Costa.
Nos últimos dias, o governo, cuja agenda ideológica o coloca na trajectória do desastre, parece ter, finalmente, admitido a desgraça que se adivinha no fim do túnel por onde insiste em nos conduzir. E desorientou-se, completamente. Mas, sobretudo, destruiu os frágeis pilares em que assentava o seu discurso político, com a mesma ligeireza e irresponsabilidade com que, antes, os mesmos protagonistas, chegados ao governo, destruíram o discurso com que alimentaram a campanha eleitoral. A narrativa do primeiro-ministro, segundo a qual “regressaremos aos mercados em Setembro de 2013” ou que “não precisamos de mais dinheiro, nem de mais tempo” esboroou-se durante a semana passada. Os indicadores económicos dos primeiros meses deste ano são catastróficos, com a despesa a aumentar em relação a igual período do ano anterior, a receita a diminuir, o desemprego imparável e a economia a definhar. Acresce que o deficit orçamental alcançado o ano passado foi artificial, à custa dos fundos de pensões da Banca. Perante o insucesso do rumo do governo, Pedro Passos Coelho admitiu o óbvio: Portugal necessita de um segundo resgate. Disse-o de forma mitigada e a um jornal alemão. No entanto, entre nós, ainda não admitiu o colapso, nem pediu desculpa aos portugueses. Em vez disso, o governo preferiu meter os pés pelas mãos, dizer e desdizer, como quem administra o engano em pequenas doses. As trocas e baldrocas do ministro das Finanças à volta do período de suspensão dos subsídios de férias e Natal dos funcionários públicos e pensionistas são parte dessa dosagem, dessa atracção para esconder o que está à vista. Ninguém tem dúvidas que foi dito e escrito que a suspensão dos subsídios vigorava em 2012 e 2013 - o período de vigência do programa de ajustamento. Agora, veio o primeiro- -ministro anunciar que a suspensão se vai prolongar por 2014 e só em 2015 serão repostos os subsídios, mas apenas gradualmente. O que quer dizer, descodificando a linguagem governativa, que provavelmente nunca mais serão repostos. Vítor Gaspar ainda tentou, no seu tom meloso, iludir a alteração, que já faz parte do reconhecimento da necessidade de um segundo resgate. Mas sem sucesso.
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