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Este blogue volta à actividade regular a partir de 2 de Janeiro. Boas Festas a todos.
O primeiro-ministro, Passos Coelho, afirmou hoje, na cerimónia de aniversário da Universidade de Aveiro, que o plano de reformas preconizado pelo governo vai possibilitar uma "verdadeira democratização" da economia nacional. Até este momento, de relevante, as «reformas» conhecidas têm a ver o empobrecimento de quem trabalha por conta de outrem: aumento de todos os impostos até ao limite do insuportável, diminuição de salários e de indemnizações por despedimento, aumento do horário de trabalho, quer em tempo diário, quer em desaparecimento de feriados, sem qualquer compensação, e por aí fora – tudo debaixo do manto diáfano do acordo com os credores da troika. Se é por este caminho, tratando quem ganha 600 ou 700 euros por mês, como gente que «vive acima das suas possibilidades», e a quem é necessário reduzir-lhes os «rendimentos», para que a «Pátria» se salve e se alcance a «democratização da economia», então, é porque chegámos ao ponto em que é preciso enterrar a «democratização» da economia.
O deputado João Galamba, vítima da pesporrência do Governador do Banco de Portugal, durante uma audição Parlamentar, responde-lhe com a dignidade de quem sabe do que estava a falar, sem cair na tentação de lhe chamar ignorante.
Hoje quase ninguém tem dúvidas sobre o desastre iminente do Euro e da União Europeia. Nem sequer aqueles que, no último ano meio, Cimeira após Cimeira, se congratulavam com as «decisões históricas» aí tomadas. Independentemente das decisões e dos rumos que forem tomados na próxima Cimeira de 8 e 9 de Dezembro, já desenhados no discurso da chanceler alemã, no Bundestag, onde os destinos dos povos europeus passaram a ser tratados, uma coisa é certa: mesmo que seja travada a implosão do Euro – o que ainda não é um dado adquirido –, a UE deixará de ser um espaço de solidariedade e do bem-estar social. No mínimo, durante a próxima década, a Europa será governada por Berlim; viverá em empobrecimento profundo e acelerado, com a destruição massiva de direitos, nomeadamente na área do Trabalho, na Saúde e na Educação, e com uma forte tentação para soluções governativas anti-democráticas. A Europa que conhecemos até aqui está a ser engolida pelas suas contradições e incapacidades políticas e, sobretudo, pelo poder do sistema financeiro.
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O ministro Miguel Relvas foi vaiado por metade dos congressistas presentes, em Portimão, no Congresso das Freguesias, enquanto a outra metade abandonou a sala à sua entrada para o discurso de encerramento, em sinal de protesto. Há freguesias a mais, obviamente. Mas, como disseram vários dirigentes do PSD, na altura na oposição, aquando do processo de «avaliação dos professores», nenhuma reforma se faz contra os interessados. Aliás, o corolário desta posição foi a aprovação no Parlamento, em período eleitoral, da revogação da legislação sobre a avaliação de professores. Tanta gente mudou de opinião em tão pouco tempo!