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A manifestação de hoje não atingiu a dimensão da de 12 de Março. Faltou-lhe a componente de direita. A 12 de Março, quando foi apresentado o PEC IV, muita gente que queria substituir José Sócrates por Passos Coelho esteve lá – no fundo, a tal coligação que derrubou o governo anterior: CDS-PP, PSD, PCP e BE juntou-se aos indignados de várias proveniências sociais e diversidade etária. Daí, também, a 12 de Março, o ambiente ser mais festivo. Hoje, apesar de mais reduzida no número de participantes, a manifestação teve um ambiente mais de luta do que de festa. No entanto, este «movimento» corre o risco de se afunilar, perdendo a diversidade que lhe deu força. Quanto mais peso o BE (e afins) tiver nas «palavras de ordem», menos mobilização haverá no futuro. O PS está «entalado»: é um partido da oposição que teme sair à rua, à beira de renegar o seu passado quando travou na rua duras batalhas, como na manifestação da Fonte Luminosa. A rua é parte das sociedades democráticas. Ver tantos jovens nestas manifestações é um excelente sinal. O conformismo pode ser fatal. Neste momento, o importante é provocar desassossego.