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Antes da cimeira franco-alemã, o presidente da Comissão fez uma declaração de existência a todos os títulos interessante. Se Durão consegue dizer alto e bom som, para toda a imprensa europeia, que a situação é "muito grave", então é porque finalmente está assumido que a situação não é só "muito grave", mas sim de catástrofe iminente. Afinal Durão sabe que é "muito grave" há muito tempo - só não o diz porque não pode, ou não deve, ou não tem qualquer poder, etc.
Na véspera, a chanceler Merkel tinha evidenciado o grau de loucura de que está possuída, ao avisar toda a gente de que a cimeira de hoje não iria dar em nada. A incrível declaração sobre a impossibilidade de "avanços espectaculares" na crise do euro e na ajuda à Grécia é um epitáfio. (…)
Se até aqui Durão não tem falado porque não pode, o Presidente da República não tem falado porque não quer. Mas o "mundo" mudou e subitamente o economista-presidente descobriu que havia uma crise europeia e não apenas uma "crise Sócrates". "Espero que tenham soado as campainhas de alerta e que se tomem decisões para pôr fim a uma situação que de alguma forma é de crise", disse Cavaco esta semana, descobrindo a pólvora. Bem-vindo à realidade, professor.
Ana Sá Lopes, no i.