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Corre por aí, entre muito boa gente, e já há algum tempo, que Pedro Passos Coelho é o «seguro de vida política de José Sócrates». Quase todos os dias, o líder do PSD esforça-se por dar razão a quem pôs a circular o dito. Naquele malfadado afã de ganhar uns votos entre os professores, o PSD – irresponsavelmente – com a extrema-esquerda à ilharga (o PCP e o BE), pretendeu legislar em matéria de competência do governo. O Tribunal Constitucional decidiu pronunciar-se no sentido da inconstitucionalidade [...] por violação do princípio da separação e interdependência dos órgãos de soberania, consagrado no n.º 1 do artigo 111.º da Constituição da República Portuguesa. Passos Coelho tem o condão de em cada cavadela lhe saltar uma minhoca.
Karl Marx tem muitos méritos a seu crédito. Um deles, importante, foi o de ter ajudado os seus contemporâneos a pensar – a fazer a «análise concreta da situação concreta». Passados 150 anos ainda há «marxistas» que não aprenderam o elementar: saber pensar. Por isso, acreditam que existe uma sociedade socialista em Cuba…
O Estado é o primeiro a ter que «mudar de vida». Reduzir substancialmente os gastos, sobretudo nos esbanjamentos, nos compadrios, no «dar ares» de uma riqueza que o país não produz. E preservar o essencial: saúde, educação, cultura. (sim cultura, senão continuamos as tardes de fim-de-semana a passear nos centros comerciais).
Se agora, a partir deste ano, «mudarmos de vida» e não entendermos essa mudança como uma atitude cultural, mas como uma imposição do chicote, daqui a meia dúzia de anos estamos na mesma: passamos a vida a trabalhar para alimentar os «mercados».
A economia pode ter as suas razões, enquanto a sociologia e a antropologia podem encontrar as suas explicações para o «nosso» desenfreado consumismo, o qual, à medida de cada um, atravessa todas as classes sociais. Carros para os 4 membros da família (pais e dois filhos); televisões na sala, quarto e cozinha; dois telemóveis por cabeça; eu sei lá… Está na hora de «mudar de vida».
Em 1985, aproveitando a integração europeia, tivemos oportunidade de «mudar de vida». O governo do PSD, liderado por Cavaco Silva, moldou durante uma década o «modelo» de desenvolvimento económico do país. Agora, em 2011, temos de novo outra oportunidade de «mudar de vida». Na primeira oportunidade era uma opção; nesta segunda é uma imposição.
O regabofe continua, como se nada se estivesse a passar.
Sérgio de Almeida Correia, no Delito de Opinião.
A seis semanas das eleições, ninguém arrisca dizer quem sairá vencedor do confronto eleitoral de 5 de Junho - se José Sócrates ou Passos Coelho. As sondagens publicadas nos últimos dias dão conta que tudo está no fio da navalha, quer quanto à escolha do primeiro- -ministro, quer quanto a maiorias parlamentares. Este quadro, a manter-se, indicia sérias dificuldades na formação de um governo sustentado por uma maioria parlamentar, com os perigos que daí advêm, particularmente quando paira no ar um cheiro a bancarrota. Mas não deixa de ser, também, um cenário arrasador para o PSD e, sobretudo, para o seu líder.
(Mais no I de hoje.)
Ultimas representações de Assim Também Eu! ( Companhia de teatro Nós-Mesmos, Invenções Teatrais), interpretado por Simão Rubim, Vanessa Agapito e João Marta, dia 21 (quinta-feira) e 30 de Abril (sábado), às 21h30m, no Auditório da Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro, em Telheiras.
O Partido Comunista de Cuba, fundado por Fidel Castro, em 1965, teve o seu fundador como primeiro-secretário – o dirigente máximo do partido – nos últimos 46 anos. Ontem, no congresso do PC, Fidel abdicou, e nomeou em sua substituição o seu irmão, Raul, de 80 anos de idade. Se alguma coisa acontecer a Raul, não há problema: ainda há um largo grupo de membros do Comité Central com mais de 80 anos à espreita da sua oportunidade.
«Com o lote das nossas cabeças de lista podemos dar volta ao texto e pôr o Pais novamente a crescer».
Pedro Passos Coelho.
Adenda: entretanto a frase citada desapareceu da notícia, reduzindo-a, depois do «corte», a um curto parágrafo.
Vamos ter direito a mais um feriado?