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O museu do Côa.

por Tomás Vasques, em 30.07.10

Preservar um conjunto de gravuras paleolíticas único no mundo é um acto de cultura. Constituir mais uma Fundação para «gerir e coordenar» não se sabe bem o quê é um acto de um Estado perdulário.

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publicado às 19:19

Luta política e luta policial.

por Tomás Vasques, em 30.07.10

A enxurrada de ressabiamentos que por aí circula a propósito do processo Freeport demonstra que há, entre nós, uma certa direita politicamente estúpida, meia labrega, que ainda vive debaixo do bafo do velho ditador de Santa Comba Dão. Em democracia os governos caem em eleições. A polícia e o Ministério Público não podem substituir o debate e a luta política. E muito menos a vontade dos portugueses. O vício de chamar a polícia para tratar as questões políticas é de tal ordem que até, a propósito do uso da golden-share pelo governo, há quem, de imediato, pergunte: e a polícia não faz nada?

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publicado às 18:37

Kafka revisitado - O processo.

por Tomás Vasques, em 30.07.10

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publicado às 17:32

Cavar a sepultura.

por Tomás Vasques, em 30.07.10

Li por aí que os procuradores do Ministério Público responsáveis pelo processo Freeport declararam, depois de darem por concluído o processo, que queriam ouvir José Sócrates, mas os «prazos inviabilizaram tal diligência». A ser verdade (o que a até ver preto no branco me recuso a acreditar), revela duas coisas: primeira, trata-se de uma declaração destinada a produzir efeitos políticos, a prolongar uma «suspeita» para além das conclusões do inquérito, num claro sinal do interesse ilegítimo de alguns procuradores do Ministério Público em interferir na vida política; segunda, trata-se uma declaração de incompetência e de falta de zelo profissional: seis anos não chegaram para fazer as ditas perguntas ao primeiro-ministro? Em qualquer caso, tal comportamento constitui justa causa (ou mesmo razão atendível) de despedimento.

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publicado às 00:18

Abortou mais um golpe de Estado.

por Tomás Vasques, em 28.07.10

A investigação ao licenciamento de um empreendimento comercial, em Alcochete – o caso Freeport –, em 2001, manteve um primeiro-ministro debaixo de fogo cerrado durante 6 anos. Passados estes largos anos de investigação, onde se desenvolveram múltiplas perícias urbanísticas, ambientais e financeiras, executadas por peritos da Polícia judiciária, e «analisada exaustiva e rigorosamente a prova carreada para os autos», o Ministério Público concluiu que não existiu qualquer acto ilícito no licenciamento do Freeport, nem qualquer crime de «corrupção activa e passiva, tráfico de influência, branqueamento de capitais e financiamento ilegal de partidos políticos».

 

É à luz do que agora foi concluído pelo Ministério Público que se deve fazer um exercício indispensável, a bem da saúde democrática do regime: projectar o «filme» ao contrário, de trás para a frente. Percorrer, um a um, todos os textos de opinião, em jornais, revistas e blogues; revisitar os Jornais de Sexta-feira, de Manuela Moura Guedes; desenterrar o defunto Independente durante a campanha eleitoral de 2005; até chegarmos à origem do processo: a denúncia «anónima» feita por gente ligada a partidos políticos.

 

O que se passou à volta do «processo Freeport» durante estes últimos 6 anos é um filme perverso, com muitos protagonistas e várias cenas hardcore, tendo o enredo um chão comum: a incúria, a perfídia, a maledicência e, sobretudo, uma visão policial de fazer política. Não pode, por isso, ser varrido para debaixo do tapete.

 

(publicado no Aparelho de Estado)

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publicado às 11:51

Necrologia. Efemérides. Ditadores.

por Tomás Vasques, em 27.07.10

Necrologia.

por Tomás Vasques, em 27.07.10

Morreu o processo Freeport, o qual, depois de 5 anos de intensa atenção, mereceu agora, da comunicação social, apenas dois parágrafos, sem um pedido de desculpas aos odendidos:

 

«O Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) anunciou hoje que deu por concluído o processo Freeport relacionado com o licenciamento do 'outlet' de Alcochete.

O processo Freeport teve na sua origem suspeitas de corrupção e tráfico de influências na alteração à Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo e licenciamento do espaço comercial em Alcochete quando era ministro do Ambiente José Sócrates, actual primeiro-ministro.»

 

 

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publicado às 10:56

Golfinhos voltam ao Guadiana.

por Tomás Vasques, em 25.07.10

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publicado às 11:48

A intolerância e o nome das ruas.

por Tomás Vasques, em 24.07.10

Em Abril passado, a Câmara Municipal de Lisboa atribuiu o nome do Marechal António de Spínola à Avenida que prolonga a Avenida dos Estados Unidos da América em direcção a Chelas. Na altura, algumas vozes à esquerda, não encontraram razões para tal homenagem. Usando a mesma lógica, há poucos dias, os vereadores do PSD e CDS, na Câmara do Porto, rejeitaram uma proposta do vereador da CDU para atribuição do nome de José Saramago a uma rua no Porto. Eu sei – todos sabemos – que José Saramago vai ter o nome de uma rua na cidade do Porto, mais cedo ou mais tarde, tal como sei – como todos sabemos – que os vereadores que rejeitaram a proposta serão anotados como símbolos da intolerância e do sectarismo. Tal como os que não gostaram que fosse atribuído o nome do Marechal António de Spínola a uma avenida em Lisboa.

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publicado às 19:45

Farinha do mesmo saco?

por Tomás Vasques, em 23.07.10

E o Iraque aqui tão perto…

por Tomás Vasques, em 23.07.10

«Já defendi a necessidade de uma componente militar para a CPLP, que dá outro peso político e outra dimensão à CPLP. Permitiria até resolver alguns problemas que têm surgido na Guiné-Bissau sem que sejam forças fora da comunidade a terem interferência nisso.»

 

Manuel Alegre, candidato à Presidência da República.

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publicado às 23:12

Graçolas de oportunidade.

por Tomás Vasques, em 23.07.10

Isto será uma referência subtil ao célebre plano Mateus?

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publicado às 22:47

Revisão constitucional (2).

por Tomás Vasques, em 23.07.10

Paulo Portas sente-se ameaçado pela clarificação ideológica do PSD vertida no projecto de revisão constitucional. Percebe-se que teme voltar ao «partido do táxi».

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publicado às 22:30

O Lopes não aguenta uma boa discussão.

por Tomás Vasques, em 23.07.10

No último programa Pontos de Vista, da RTPN, João Teixeira Lopes, do Bloco de Esquerda, e Strecht Ribeiro, do PS, envolveram-se em agitada discussão sobre "as políticas e o código genético do PS", o que é normal. Eles vão ao programa para trocarem pontos de vista, discutirem as posições políticas dos paridos que representam. Entre o diz que disse e não disse, a conversa azedou. O dirigente do Bloco de Esquerda, que revela habitualmente uma excessiva capacidade de dizer o que quer e lhe apetece e uma curtíssima capacidade para ouvir as respostas à altura, aliás o que é usual entre dirigentes de partidos de extrema-esquerda, abandonou o estúdio em directo, furioso. O deputado do BE revelou falta de respeito pela apresentadora do programa e pelos restantes presentes. Mas, sobretudo, revelou o código genético do Bloco de Esquerda: possuídos pela "verdade absoluta" têm dificuldade em lidar com o contraditório e não admitem que alguém lhes dê troco na mesma moeda. É um código genético anti-democrático.  

 

 

(No Aparelho de Estado).

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publicado às 22:22

Revisão constitucional.

por Tomás Vasques, em 23.07.10

Fico deleitado ao ler textos escritos por constitucionalistas sobre a proposta de revisão constitucional do PSD, onde se invoca, em abono da sua opinião, «anos de estudo da matéria». Nem sequer se dão conta que, ao invocar tal argumento, estão a reduzir a luta ideológica e política a uma leitura «técnica» da revisão da Constituição. Não há meio-termo: ou são alinhados e participam da discussão ideológica e política ou não são e, então, apenas lhe está reservada a redacção do que foi decidido ou a interpretação do que foi aprovado. O resto é conversa fiada.

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publicado às 16:13

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