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Vivemos num mundo hiper mediatizado em que um qualquer facto, em qualquer ponto do globo, se transforma, num segundo, em notícia de destaque em todos os jornais (sobretudo na edição on-line), de Londres a S. Paulo, de Paris a Lisboa. Muitas vezes estas «notícias» propagam-se porque as televisões correm atrás dos jornais. Esta facilidade comunicacional transforma em «realidade» universal particularismos, coisas miúdas, insignificâncias. Já ninguém questiona a valoração dos factos que constituem uma «notícia» em destaque. Giles Lipovetski remete para a «dinâmica da ideologia individualista com as suas exigências de liberdade e igualdade». Talvez seja. Mas não deixo de me interrogar quando uma petição que obteve a adesão de dez mil pessoas contra a visita do Papa ao Reino Unido ganha foros de destaque noticioso, sobretudo assente numa nebulosa informativa: «importantes advogados britânicos estão a avaliar se o Papa tem garantida imunidade como Chefe de Estado e se pode ser acusado pelo suposto encobrimento sistemático dos abusos sexuais envolvendo sacerdotes». Estas notícias fazem-me lembrar uma petição «pela liberdade de expressão» em Portugal que reuniu alguns milhares de assinaturas e foi abertura de jornais e telejornais, apesar da manifestação ter sido um fiasco.