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Segunda intervenção (Afonso Candal não conta): Paulo Portas, segundo as suas palavras, prometeu aos eleitores que votaria contra qualquer aumento de impostos e da carga fiscal, por isso, vota contra o PEC. É uma intervenção para cativar a «classe média» e ganhar votos ao PSD (e também ao PS).
O debate iniciou-se com a intervenção de Miguel Frasquinho. Pelo que disse contra este Plano, sobretudo sobre o aumento de impostos, o PSD só pode votar conta. Se não votar contra é «cúmplice».
Todos os dias aprendo com Roberto Bolaño, diz a cantora e poetisa Patti Smith que «El domingo cerrará el cartel del festival Palabra y Música, que se celebra en Gijón, y allí hablará por primera vez sobre un escenario de Roberto Bolaño. Al escritor chileno le dedicará su recital de música y poesía, para él ha escrito un poema-canción que estrenará allí. "2666 es la primera obra maestra del siglo XXI", afirma».
Meia praça apressou-se a vilipendiar um cronista, de nome Alberto Gonçalves, por causa de um texto de opinião sobre a morte de um cidadão, às mãos de um polícia, durante uma perseguição de carro que foi de um lado ao outro de Lisboa. O texto em causa é, sobretudo, patético na argumentação, para além da reaccionarice subjacente. Mas nem todos os textos de opinião patéticos na argumentação são vilipendiados: poupam-se aqueles que são «progressistas» (então a parte dos sem-abrigo a pagarem a «crise» é de antologia).
O PSD e o BE não pretendem obter da dita Comissão de Inquérito a «verdade», mas apenas cozer em lume brando a imagem de José Sócrates, do Governo e do PS para, daí, tirarem dividendos políticos em próximas eleições. Eles sabem, e Pacheco Pereira já deu o mote, que «é muito difícil ganhar eleições a José Sócrates». Contudo, estes objectivos políticos do PSD e do BE exigem uma resposta política adequada e não as lamechices defensivas do deputado socialista Ricardo Rodrigues ao falou na «ousadia» da oposição em chamar José Sócrates à dita Comissão. Não se trata de ousadia, mas de luta política, e a resposta não pode ser a de uma «virgem» ofendida.
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Houve um tempo em que Pacheco Pereira fazia de intérprete das palavras de Manuela Ferreira Leite. Agora, cabe a vez a Jorge Lacão interpretar as palavras do Ministro das Finanças: «O Governo não tem intenção nem o fará [privatizar a RTP]. O que o ministro das Finanças disse ontem é que o esforço de saneamento financeiro da RTP é de tal maneira importante que qualquer operação de privatização não dispensaria o trabalho de conclusão do saneamento financeiro». O que o Ministro disse na Assembleia da República está escrito, o que dispensa interpretações oficiais. Além disso, não se percebe quais os critérios que levam à privatização dos Correios e excluem a privatização da RTP.
Gosto de Inês de Medeiros, como pessoa e como actriz. Achei – e disse-lhe – que ia entrar num «mundo complicado» (estas expressões aparentemente imprecisas às vezes dizem muito) quando aceitou ser candidata à Assembleia da República. Como deputada, e em relação às viagens a Paris, meteu-se numa batalha perdida, seja qual for a decisão final. Perde se não lhe pagarem as deslocações a Paris, mas ainda perde mais se lhas pagarem.
Os Dias da Febre (Porto Editora), o primeiro romance de João Pedro Marques, é apresentado, hoje, por Francisco José Viegas, na Sociedade de Geografia de Lisboa (Rua Portas de Santo Antão, n.º 100), a partir das 18:30.
Mário Nogueira é, de facto, o Ministro da Educação do actual governo. Quanto ao resto, trata-se de gestão administrativa e manter as aparências.
Está anunciada uma greve de pilotos da TAP durante seis dias. Hoje em dia, as greves surgem invariavelmente ligadas aos sectores melhor remunerados e com melhores condições de trabalho da sociedade portuguesa. Hoje, o movimento operário e o movimento grevista são duas realidades diferentes.
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A aprovação da «lei da rolha» no Congresso do PSD «revela de forma cristalina o estado em que se encontra actualmente o PSD», como escreve Constança Cunha e Sá, no CM. As reacções imediatas, de quase todos os quadrantes, à norma estatutária aprovada revelam uma atenção muito grande a limitações à liberdade de expressão na sociedade portuguesa, o que levou os próprios candidatos à presidência do PSD a rejeitarem imediatamente o que aprovaram. Levar a questão para discussão no Parlamento, como anunciou Francisco Assis, em nome do grupo parlamentar do PS, enferma da mesma motivação que levou à constituição da Comissão de Ética sobre o controlo da comunicação social: não pretende resolver, nem esclarecer nada sobre a liberdade de expressão, mas tão só desgastar e enlamear os adversários políticos. É um mau caminho.
Os resultados eleitorais nas regionais francesas quase apagaram o partido do senhor Sarkozy do mapa político regional (tudo indica que desaparecerá totalmente na 2ª volta). Vitória esmagadora dos socialistas franceses. O partido Ecologista de Daniel Cohn Bendit passou a 3º partido mais votado. O partido comunista e a extrema-esquerda obtiveram resultados muito modestos.
Apetece-me escrever mais algumas linhas sobre o significado da norma estatutária aprovada no Congresso do PSD que sanciona a liberdade de expressão. Mas contenho-me porque sei que não é bonito perante uma ferida meter o dedo e escarafunchar. Mas há por aí muita boa gente que merece que se escarafunche até sangrar.
O Convento de Mafra ficará para sempre ligado à asfixia democrática. Uma maioria qualificada de delegados ao Congresso do PSD, representando o «sentir» do partido, proibiu a liberdade de expressão aos militantes sociais-democratas: ninguém pode criticar os seus dirigentes. Agora já se percebe melhor o que se tem passado na Comissão de Ética e o que se vai passar na Comissão de Inquérito. A verdade é como o azeite...