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Meia praça apressou-se a vilipendiar um cronista, de nome Alberto Gonçalves, por causa de um texto de opinião sobre a morte de um cidadão, às mãos de um polícia, durante uma perseguição de carro que foi de um lado ao outro de Lisboa. O texto em causa é, sobretudo, patético na argumentação, para além da reaccionarice subjacente. Mas nem todos os textos de opinião patéticos na argumentação são vilipendiados: poupam-se aqueles que são «progressistas» (então a parte dos sem-abrigo a pagarem a «crise» é de antologia).
O PSD e o BE não pretendem obter da dita Comissão de Inquérito a «verdade», mas apenas cozer em lume brando a imagem de José Sócrates, do Governo e do PS para, daí, tirarem dividendos políticos em próximas eleições. Eles sabem, e Pacheco Pereira já deu o mote, que «é muito difícil ganhar eleições a José Sócrates». Contudo, estes objectivos políticos do PSD e do BE exigem uma resposta política adequada e não as lamechices defensivas do deputado socialista Ricardo Rodrigues ao falou na «ousadia» da oposição em chamar José Sócrates à dita Comissão. Não se trata de ousadia, mas de luta política, e a resposta não pode ser a de uma «virgem» ofendida.
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Houve um tempo em que Pacheco Pereira fazia de intérprete das palavras de Manuela Ferreira Leite. Agora, cabe a vez a Jorge Lacão interpretar as palavras do Ministro das Finanças: «O Governo não tem intenção nem o fará [privatizar a RTP]. O que o ministro das Finanças disse ontem é que o esforço de saneamento financeiro da RTP é de tal maneira importante que qualquer operação de privatização não dispensaria o trabalho de conclusão do saneamento financeiro». O que o Ministro disse na Assembleia da República está escrito, o que dispensa interpretações oficiais. Além disso, não se percebe quais os critérios que levam à privatização dos Correios e excluem a privatização da RTP.
Gosto de Inês de Medeiros, como pessoa e como actriz. Achei – e disse-lhe – que ia entrar num «mundo complicado» (estas expressões aparentemente imprecisas às vezes dizem muito) quando aceitou ser candidata à Assembleia da República. Como deputada, e em relação às viagens a Paris, meteu-se numa batalha perdida, seja qual for a decisão final. Perde se não lhe pagarem as deslocações a Paris, mas ainda perde mais se lhas pagarem.