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O F C Porto teve «azar»: veio a Alvalade na melhor semana do Sporting nesta época e perdeu por 3-0. Mas, independentemente do resultado, o Porto demonstrou não ter equipa para ganhar o campeonato. Agora, só lhe resta ajudar o Braga quando o Benfica for ao Dragão.
Os resultados das últimas eleições legislativas, realizadas apenas há 4 meses, foram um balde de água fria, sobretudo para o PSD e o BE. Manuela Ferreira Leite acreditou na vitória do seu partido até ao último momento, até começarem a pingar as primeiras projecções; Francisco Louçã acreditou que o desmoronamento eleitoral do PS daria ao BE 17% ou 18%, senão mais. A «realidade objectiva» embalava-lhes o sonho: a história da licenciatura de José Sócrates serviu de entrada; depois, vieram aquelas casitas mal paridas com a sua assinatura; mas sobretudo o caso Freeport – sim, o caso Freeport foi La grande bouffe, onde Manuela Moura Guedes, às sextas – feiras, durante meses, fez de heroína – não podia deixar de causar um profundo abalo no eleitorado. Isto quanto ao carácter de José Sócrates. Quanto ao estado da economia, em resultado da crise mundial, a «coisa» não podia estar melhor para a oposição: o deficit ia por aí acima, tal como o desemprego, enquanto o crescimento era negativo. As expectativas das famílias e das empresas andavam pelas ruas da amargura. As grandes manifestações de rua dos professores e da função pública provavam o descontentamento reinante. Os resultados das eleições «europeias» não deixavam margem para dúvidas. Era a «tempestade perfeita». Mas não foi. Afinal, José Sócrates ganhou as eleições. E ganhou claramente. A seguir às eleições veio o caso Face Oculta que indirectamente envolveu o primeiro-ministro, através de escutas telefónicas, e veio, também, o «plano» de controlo da comunicação social, sobretudo a compra da TVI pela PT, o que deu continuidade à grande farra: José Sócrates é o «cérebro» do dito «plano» – dizem – e mentiu ao Parlamento sobre a compra da TVI. Acrescentam que José Sócrates não tem credibilidade para governar. Até é possível que seja verdade, mas em democracia o que conta é a opinião de todos e não a opinião dos «iluminados». E esse teste só pode ser feito através de novas eleições. Mas fogem todos de eleições como o Diabo da cruz. Temem que a sua opinião não corresponda à opinião do todo nacional – dos eleitores. O Presidente da República, que pode demitir o primeiro-ministro, assobia para o ar; os partidos, que podem apresentar uma moção de censura ao governo, encolhem-se e escondem-se uns atrás dos outros. Para salvar a honra do convento, o PSD e o BE, exactamente os partidos que apanharam o duche gelado nas últimas eleições, vão avançar com uma comissão de inquérito parlamentar para avaliar o grau de envolvimento de José Sócrates no «plano» de compra da TVI pela PT e se mentiu ao Parlamento. No fundo, vão tentar provar se «sexo oral é sexo». E vão levar como prova, em vez de um vestido com nódoas, as nódoas colhidas pela polícia através de escutas telefónicas. O PSD e o BE não vão dignificar a figura da comissão de inquérito, nem o Parlamento. Vai continuar a degradação do regime, mais do que a imagem de José Sócrates, só porque o Presidente da República e os partidos da oposição temem eleições e optaram por «cozer» José Sócrates em lume brando. É mau. Muito mau.
Santana Lopes, acha – disse ao Sol – que "O PSD não é um partido, é uma casa de ódios».
António Barreto disse ao Expresso: «Se eu mandasse, proibia todas as escutas.» E desconfia que na magistratura «há pessoas a ganhar fortunas para vender informações em segredo de Justiça.»
A Corte Constitucional da Colômbia disse não à reeleição de Uribe. Parece que Vital Moreira não estava tão enganado como alguns chavistas caseiros quiseram fazer crer.
Proibida a entrada a judeus, muçulmanos e filhos de divorciados.
Mais 4 presos políticos e um jornalista em greve de fome.
eis algo que não posso deixar de denunciar e deplorar (…) considero este tipo de insinuações indignas e intoleráveis, e atentando à reserva da vida privada. e não vejo como se pode nuns casos defender incansavelmente a vida privada e noutros achar que é território de caça – escreve Fernanda Câncio.
Leio no Expresso que, segundo um estudo realizado no Gwinnett College, no estado da Geórgia, por cientistas americanos, olhar para mulheres curvilíneas causa no cérebro masculino um efeito semelhante ao consumo de álcool ou drogas. É pena ainda não terem estudado os efeitos provocados no cérebro de quem ouve os depoimentos na Comissão de Ética, na Assembleia da República. Ouvir Mário Crespo, Rui Pedro Soares ou José António Saraiva deve provocar, pelo menos, lesões cerebrais irreversíveis. Calculo eu, mas não sei. Ainda não foi feito nenhum estudo.
Garcia Pereira, na RTP1, acabou de afirmar: «É preciso nacionalizar os sector vitais da economia portuguesa, mas o governo deve estar ao serviço dos trabalhadores e não dos capitalistas, senão os resultados vão para os bolsos dos capitalistas e não dos trabalhadores». Não explicou o que é «um governo ao serviço dos trabalhadores», mas pareceu-me que estava implícito que será um governo maioritário do MRPP-PCTP.
A Corte Constitucional da Colômbia está reunida para decidir se permite ou não a realização de um referendo em que se coloque a questão de Uribe, o actual presidente da Colômbia, se candidatar a um mandato. Esta questão (a reeleição do presidente contra as regras constitucionais vigentes, através de consulta referendária para o efeito) tornou-se a pedra de toque na consolidação das democracias latino-americanas. No Chile, Michelle Bachelet abandonou o cargo com um índice de popularidade de 95%. Na Costa Rica, Óscar Árias, também com índices de popularidade elevados, não se candidatou por imposição constitucional. Lula da Silva no Brasil segue o mesmo caminho. Estes são os exemplos mais recentes. Ao contrário, na Venezuela, Hugo Chávez violou as regras constitucionais para se manter no poder. Do mesmo modo, nas Honduras, o golpista Manuel Zelaya (que entre nós reuniu alguns simpatizantes) tentou, sem sucesso, seguir o exemplo de Hugo Chávez, mesmo contra as decisões judiciais. Agora, na Colômbia, Álvaro Uribe tenta a mesma «sorte» de Chávez. Mas, por cá, as vozes do costume, sobre esta tentativa golpista de Uribe, mantêm silêncio, porque se condenarem Uribe estão a condenar Chávez e Zelaya.
O director do Sol, José António Saraiva esteve hoje no Parlamento a contar as suas peripécias e as injustiças a que o «regime» o sujeitou. À medida que o ouvia lembrava-me das suas crónicas publicadas semanalmente na Tabu, as suas Confissões – os últimos anos no Expresso, o nascer do Sol e as conversas com políticos à mesa. Na edição de 4 de Novembro de 2006 (páginas 96 e 97), José António Saraiva fala de si, como é habitual, a propósito de almoços ou outros encontros com António Guterres, Cavaco Silva, Jorge Sampaio e Manuela Ferreira Leite. No almoço com Guterres, por exemplo, o naco de prosa é de tal ordem narcisista que o ex-primeiro ministro, no episódio narrado, durante todo o jantar, só intervêm para dizer: “Não come?”. Com as outras personagens, a história repete-se. Muitas vezes se disse (e escreveu) que o director do Sol fez do Expresso o jornal do regime; falta acrescentar que neste regime, José António Saraiva representa o papel de Júlio Dantas.
(post publicado a 4 de Novembro de 2006, actualizado).
Anda muita gente preocupada com o país por causa deste primeiro-ministro – segundo leio por aí. São preocupações menores (ou «preocupações» de quem tem pressa em tomar o lugar dos actuais boys). Os primeiros-ministros passam, mais cedo ou mais tarde, sobretudo em democracia. Estou muito mais preocupado com a cultura política instalada assente na denúncia, na devassa de e-mails privados, em escutas, em telefonemas, em conversas de restaurante, numa palavra: na bufaria. Este primeiro-ministro vai deixar de o ser quando, em eleições, os portugueses assim decidirem. Mas a lama em que a luta política se afundou (afundando com ela a Justiça e as instituições democráticas, incluindo o Parlamento), nos últimos tempos, essa, vai ficar entranhada. Já ninguém acha estranho esta canalhocracia em que estão a transformar Portugal - um país de bufos. E, agora, vou fazer uma canja de galinha do campo. Já não há pachorra para quem confunde os lucros das empresas detentoras de meios de comunicação social com liberdade de imprensa; para quem faz do Parlamento uma feira de vaidades.
Vou até às Caldas da Rainha ver o concerto de José James (e espero que mostre a sua paixão pela diversidade, como quando mistura os blues com o piano do lendário Junior Mance ou quando faz uma abordagem jazz contemporânea do hip hop e Groove dos anos 70), no Centro Cultural, e dormir no Casal da Eira Branca, o melhor que há em turismo rural naquela zona.