Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
«Espero que as comemorações do centenário da República sejam um factor de mobilização nacional capaz de incutir nos portugueses do século XXI o mesmo espírito dos revoltosos de 31 de Janeiro [de 1891], um espírito inconformista e de esperança»
Cavaco Silva, Presidente da República.
Esperanza Aguirre, dirigente do PP e presidente da Comunidade de Madrid, não se apercebeu que um jornalista estava por perto, com o microfone ligado, quando chamou «filho da puta» a um seu correligionário do PP. Esperanza Aguirre diz que não se referia a Alberto Ruiz-Gallardón, antigo presidente da Comunidade de Madrid e actual presidente da Câmara da capital espanhola, e «inimigo de estimação de Aguirre» dentro do PP, o que não é relevante. Até «gente fina» da direita espanhola trata os seus adversários políticos, incluindo os do seu partido, nas conversas privadas, de filho da puta para cima. É sempre um assunto delicioso para os jornais, mas não percebo como há gente que se espanta.
Os atribulados e controversos anos da I República começam a ser, hoje, revisitados. Cavaco Silva preside, no Porto, à abertura oficial das Comemorações do Centenário da República, lembrando, a propósito, a precursora revolta republicana em 31 de Janeiro de 1891, no Porto. João Chagas (1863-1925), primeiro-ministro do 1º governo constitucional da República (Setembro e Outubro de 1911), condenado ao degredo na sequência da revolta de 31 de Janeiro, escrevia no seu diário, a 31 de Janeiro de 1914: «Hoje 23º aniversário da Revolução do Porto de 1891. Creio que a República chama a este aniversário – o dia dos Precursores. Certamente se refere aos que morreram, porque dos vivos não se lembra. (…) Viver em Portugal não é uma condição de glória. Os mortos passam. Os vivos, em Portugal, passam ainda mais depressa.»
Espero que nestas comemorações do centenário da República, que hoje se iniciam, se lembrem mais dos vivos do que dos mortos.
Do mal, o menos: o Sporting provou hoje, em Braga, que não está disponível para ajudar o Benfica.
Manuel Zelaya é um abastado proprietário hondurenho, eleito Presidente da República das Honduras, em 2006, pelo Partido Liberal, um partido do centro- direita hondurenha. Manuel Zelaya, cujo mandato presidencial terminava a 27 de Janeiro de 2010, e impedido constitucionalmente de se recandidatar, em Junho do ano passado tentou dar um golpe de Estado de modo a perpetuar-se no Poder, através de um referendo rejeitado pelo Congresso eleito, tal como ele, Zelaya, e pelo Supremo Tribunal. Também contra o partido pelo qual foi eleito. Um contra-golpe militar afastou-o do poder. Ontem tomou posse, como Presidente da República, Porfírio Lobo, que venceu as eleições presidenciais de Novembro passado. Uma certa esquerda fecha os olhos ao assassinato de jornalistas que criticavam o governo, durante o mandato de Manuel Zelaya, e a outros desmandos, e derrama lágrimas pela «democracia» em Tegucigalpa, só porque Zelaya, na sua ânsia de prosperar os seus negócios e de se manter no poder, se aproximou de Hugo Chávez, como se este passasse atestados de «bom comportamento». Haja sensatez.
valter hugo mãe apresentou o seu novo romance: a máquina de fazer espanhóis, editados pela Alfaguara. O autor, vencedor do Prémio José Saramago, em 2006, com o romance o remorso de baltazar serapião, reflecte neste seu novo romance sobre a velhice, sem pieguices, a partir da história de António Silva («a laura morreu, pegaram em mim e puseram-me no lar com dois sacos de roupa e um álbum de fotografias.».
À saída da cerimónia de abertura do ano judicial, Alberto Martins, Ministro da Justiça, espalhou banalidades do tipo: «É preciso alterar o paradigma legislativo em Portugal». Pois… Pois…
Notícia o Público que, em entrevista à Visão, a sair amanhã, Belmiro de Azevedo ligou a ventoinha.
Para ler e reler, o texto de Irene Pimentel que começa assim:
Em 27 de Janeiro, decorrem sessenta e cinco anos da libertação, pelos soviéticos, do campo de concentração e de extermínio nazi de Auschwitz, na Polónia. Além de se ter tratado de um campo de extermínio, onde foram massacrados, pelos nazis, mais de um milhão e meio de homens, mulheres e crianças, na sua maioria judeus, e também, ciganos, prisioneiros de guerra russos, polacos e presos políticos, o nome de Auschwitz é hoje um símbolo de uma dos maiores crimes cometidos contra a humanidade. É um nome que acaba por recobrir, não só, como se verá, Auschwitz-Birkenau, como todos os outros cinco campos de extermínio, de Majdanek, Chelmno, Belzec, Sobibor e Treblinka, todos situados na Polónia ocupada pela Alemanha nazi.
O Orçamento de Estado está alinhavado, com a bênção da «direita» (para a extrema-esquerda a «direita» existe quando vota com o PS e deixa de existir quando vota com o PCP e o BE, como no caso da suspensão da entrada em vigor do Código Contributivo), apesar de muitos jornalistas aguardarem ainda, a pé firme, há várias horas, a chegada da pen à Assembleia da República. Amanhã, ainda se discutirá a Lei das Finanças Regionais, mas o actual Presidente da República e o PSD não vão esticar a corda porque, já se percebeu, não querem eleições antecipadas na Primavera de 2010. A partir da aprovação do Orçamento, o governo vai, com alguma tranquilidade, procurar manter-nos com a cabeça fora de água. Em Março e Abril, os jornalistas, que neste momento estão à espera da entrega da pen, vão andar num rodopio atrás do PSD, do congresso proposto por Santana Lopes, das directas, de Passos Coelho, de Aguiar-Branco e companhia, de quem apoia quem. Não vão ter tempo para ler estatísticas ou acompanhar a evolução do desemprego. Em Maio, a missa celebrada no Terreiro do Paço por Sua Santidade o Papa, bem como a sua chegada, a sua partida e os passos entretanto dados, ocupará a abertura dos telejornais e as primeiras páginas dos jornais. Em Junho e Julho, o mundial de futebol será o tema inevitavelmente dominante e até a ida à casa de banho de Cristiano Ronaldo será acompanhada por todos os canais de televisão e pelos jornalistas da imprensa escrita. Após tanta emoção, o «pessoal» – os eleitores – vai a banhos. Vai descansar para o Algarve, para a República Dominicana, para onde lhes der na gana. Estão no seu direito: trabalham e têm direito a férias. A seguir, a partir de finais de Agosto, entram em cena as eleições presidenciais, o que significa que, após a aprovação do Orçamento, as presidenciais são o facto político mais relevante deste ano e com maiores consequências no futuro deste governo. Há quem pense que o PS, após a apresentação da candidatura de Manuel Alegre, está tolhido, não tem margem de manobra nas eleições presidenciais. Não é verdade. Isso é o que o BE pretende fazer passar. Neste momento, está na mão do PS reduzir Manuel Alegre a candidato do BE ou dar-lhe a mão e retirá-lo dessa situação redutora em que voluntariamente se colocou. Manuel Alegre está, agora, obrigado a dar garantias ao PS para receber o seu apoio. Se o apoio do PS aparecer sem qualquer garantia, Cavaco Silva está eleito.
(publicado aqui)
Tiago Moreira Ramalho está de regresso, a solo, com Plomb du Cantal.
Muitos daqueles que, há 4 anos, nas eleições presidenciais, se empenharam para que se desviassem os votos do candidato do Partido Socialista para outros candidatos, agora choram lágrimas de crocodilo na incerteza de poderem (ou não) votar num candidato presidencial apoiado pelo Partido Socialista. Clamam a cada minuto para que o PS se decida. Haja decoro.
Em Fevereiro, o Sporting defronta duas vezes o F C do Porto, uma vez no Dragão, outra em Alvalade; defronta o Benfica e duas vezes os ingleses do Everton. Carlos Carvalhal deve estar aos saltos de contentamento: em toda a sua carreira como treinador, nunca lhe tinha sido concedida uma oportunidade como esta apenas num mês. Fevereiro é decisivo para Carvalhal: não há meio-termo, ou sai de gatas ou sai em ombros.
Ana Cássia Rebelo.
Uma recente sondagem da Aximage (é melhor acrescentar, desde já, que as sondagens «valem o que valem» para não ferir susceptibilidades) dá conta que Manuel Alegre recolhe no universo de votantes do Partido Socialista 46% de apoios, enquanto 81,9% dos inquiridos que se afirmaram votantes do Bloco de Esquerda dizem que votariam no antigo deputado do PS. Se este rumo se mantiver, serão dois os vencedores nas eleições presidenciais do próximo ano: Cavaco Silve e o Bloco de Esquerda.