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Pedro Magalhães leu «A Dimensão Económica da Literacia em Portugal: Uma Análise», encomendado pelo Plano Nacional de Leitura a uma equipa chefiada por T. Scott Murray, e assustou-se com os gráficos da página 83: «as competências atingidas, reflectidas nos níveis de escolarização ou medidas na escala de literacia em prosa, têm pouco ou nenhum impacto na forma como os empregos bem remunerados são distribuídos»
Adriana Calcanhoto insiste: «Reparando bem, todo mundo tem pentelho. Só a bailarina que não tem.»
Leio nos jornais que o José António Saraiva, Director do Sol, «insiste que o governo interfere nos media». É estranho como é que um homem que é director de jornais desde 1985 (já passaram por ele nove governos) só agora é que descobriu que os governos interferem nos media.
O Senhor Palomar chamou a minha atenção para «a forma serena como o Acordo Ortográfico vai ser introduzido», anunciado por Isabel Alçada. Nos tempos que correm, de novas maiorias de esquerda, com fumaça ou sem fumaça, já não há espaço para introduções bruscas.
Devemos acompanhar com atenção durante os próximos meses a actividade parlamentar, onde uma maioria de esquerda composta pelo PSD, PCP, BE e PEV procura contrariar a governação de direita do PS, sob o olhar atónito do CDS-PP, que perante a bagunça se abstém.
Recebi um e-mail de um velho amigo que diz, apenas: «Não compreendo como há gente que não gosta de minaretes.»
Um senhor cardeal do Vaticano, Javir Lozano Barragan de seu nome, garantiu que «os homossexuais nunca entrarão no reino dos céus». Eu não sei com quem o senhor cardeal fala para saber estas coisas, mas pode muito bem acontecer que se trate apenas de visões. Ou o senhor bem nos engana, como os padres irlandeses, ou nunca conheceu (em sentido bíblico) homem, nem mulher em toda a sua vida. Se assim é, não é de estranhar que, aos 76 anos, o senhor tenha visões em vez de orgasmos. Por falar em visões, a comunicação social teve também o seu orgasmo: os 10 mil euros que Armando Vara «recebeu». Agora, depois de o Ministério Público não ter encontrado tal facto, vão ter que engolir (os 10 mil euros, obviamente). Eles querem é sangue. Por falar em sangue, hoje uma bomba matou 3 ministros num hotel de Mogadíscio. Se António Barreto, que afirma a pé juntos que Portugal está à beira de desaparecer, vivesse na Somália ainda lhe restariam palavras no seu rico vocabulário para nos dizer o que vai acontecer àquele país? Estou convencido que até a Somália vai sobreviver aos mais pessimistas arautos da desgraça. E por aqui me fico.
(publicadoaqui)
A Porto Editora vai apresentar no próximo dia 15 de Dezembro Poemas Portugueses – Antologia da Poesia Portuguesa do Séc. XIII ao Séc. XXI organizada e coordenada por Jorge Reis-Sá e Rui Lage. São mais de 2000 páginas para mais de 800 anos de poesia, desde a Cantiga de Garvaia de Pai Soares de Taveirós, datável do primeiro decénio do século XIII, até Outubro de 2008, data do mais recente poema incluído, Rasto, de Luís Quintais.
O editorial do Avante de hoje clama contra o «verdadeiro atentado à independência e à soberania nacional» que constitui a entrada em vigor do Tratado de Lisboa. Escreve o editorialista: «Em 1640, ao fim de 60 anos de ocupação, o povo português, lutando, recuperou a sua independência – e o traidor Miguel de Vasconcelos foi devidamente defenestrado». E acrescenta que a História se encarregará da «devida defenestração» dos actuais defensores do Tratado de Lisboa. Estes avisos são para levar a sério porque o PCP tem uma larga experiência de defenestrações. Por exemplo, o governo checoslovaco imposto pelos tanques soviéticos em Agosto de 1968 com o apoio do PCP (Em Outubro de 1968, o Avante transcrevia uma Declaração dos comunistas portugueses a legitimar, «uma intervenção de países socialistas noutros países socialistas» ) já há muito tempo que foi defenestrado. Também a «democracia comunista» («a mais justa, a mais livre, a mais progressista, a mais avançada, a mais participada, a mais moderna democracia alguma vez existente em Portugal: a democracia de Abril.» - como escreve José Casanova hoje no Avante) foi defenestrada a 25 de Novembro de 1975, como foi defenestrado o «farol do socialismo» que oprimiu a soberania nacional de dezenas de povos e nações. De defenestrações, eles percebem; não sabem nada é de soberania nacional.Parafraseando João Miguel Tavares, ouvir o PCP falar de «soberania nacional» é tão convincente quanto a defesa da monogamia por parte de Cicciolina.
Medeiros Ferreira defendeu numa conferência em Barcelona «que os calendários da construção dos troços do TGV, e outras linhas, fossem harmonizados entre os responsáveis de três países – Portugal, Espanha e França e não apenas nas cimeiras luso-espanholas. As linhas ibéricas de alta velocidade devem estar articuladas com o transporte para o centro da Europa.» Faz todo o sentido. Tão irracional é toda a Europa estar servida de TGV até Badajoz, como ter um TGV a partir de Lisboa que não passa de Madrid.