Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
O autor do blogue Parque dos Poetas (também leitor deste blogue) anda por Punta Umbria a comer conquilhas e para fazer inveja envia-me a fotografia.
Parece que o Dubai não vai garantir a dívida da Dubai World, como as primeiras declarações faziam crer. O director-geral do departamento de Finanças do emirado, Abdulrahman al-Saleh, disse hoje que «os credores precisam tomar parte da responsabilidade pela decisão de emprestar às empresas. Eles acham que o Dubai World é parte do governo, o que não é correcto.» Isto significa que o dinheiro emprestado à Dubai World está literalmente «enterrado» em gigantescas torres que valem hoje muito menos do que custaram a construir. O senhor Abdulrahman al-Saleh disse preto no branco: «isto» falhou, agora não nos peçam o dinheiro que não temos para vos pagar. Assumam as vossas responsabilidades no falhanço.
O meu conterrâneo que se faz passar por Jumento (já alguém me disse que se tratava de uma agência de comunicação, mas não é verdade, é apenas um cidadão cívica e politicamente empenhado e, também, um amante da fotografia) esteve em Tavira, ali no cais onde há 40 anos chegavam diariamente milhares de atuns, e tirou esta fotografia.
Ontem, no Parlamento, toda a oposição, do CDS ao PCP, se juntou contra a entrada em vigor do Código Contributivo. Esta legislatura já tem o caminho traçado. E percebe-se porquê: à excepção do CDS, nenhum partido da oposição se conformou com os resultados eleitorais. O PSD acreditou que podia ganhar as eleições, mas não ganhou; o BE queria alcançar um resultado que lhe desse maioria absoluta juntamente com o PS para ser o maestro do Parlamento, mas não conseguiu. O PCP estava convicto que as suas lutas de rua, sobretudo a dos professores e da função pública, lhe daria um lugar no pódio, mas foi o partido menos votado. Um mês após a tomada de posse do Governo, há no ar um cheiro a pólvora. Todos querem a desforra. Agora, vem aí o Orçamento de Estado. Pelo andar da carruagem, pode muito bem acontecer que o PSD dispute as «directas» internas para a escolha do seu novo líder durante a próxima campanha eleitoral para as legislativas.
Os namoros do PSD ao PCP (que abundam na blogosfera) «cartoonizados» pelo PCP, no Avante desta semana.
Há más notícias para os optimistas da recuperação económica. Um novo abalo sísmico vai atingir a Banca e os mercados financeiros internacionais a curto prazo. O vento sopra agora do Dubai: a maior empresa imobiliária – uma empresa pública – não tem dinheiro para pagar os encargos financeiros imediatos (2,3 mil milhões de euros) e pediu uma moratória até Maio do próximo ano. Trata-se apenas de um compasso de espera (com capitalização de juros), já que o «conceito» imobiliário-turístico do Dubai foi chão que deu uvas, uma loucura desmedida para ser mais rigoroso. A divida total do Dubai está nos 53 mil milhões de euros e, mais cedo ou mais tarde, vai levar alguns Bancos à falência ou a pedirem «amparo de mãe» aos respectivos Estados. E lá se vai o controlo do deficit para o maneta outra vez ou o aumento de impostos sobre quem só conhece o Dubai através de fotografia . A crise vai ser longa e, como diz a sabedoria popular, no poupar é que está o ganho.
Depois da «Face Oculta», a Polícia Judiciária desencadeou hoje uma nova operação. Esta chama-se «Operação Paella» e já tem 10 arguidos. Já percebemos que a PJ é muito criativa quanto ao nome das operações e que constituir arguidos é num abrir e fechar de olhos. O que precisamos agora, para sair deste pântano em que nos afundamos, é que o Ministério Público produza acusações e se realizem os julgamentos. Senão ficamos por aqui: ontem a Operação Face Oculta», hoje a «Operação Paella», amanhã, quem sabe, a «Operação Revueltos com Espargos», com centenas de arguidos, mas as acusações e os julgamentos ficam para as calendas lusas. Assim não vale a pena ser tão criativo no nome das operações.
É, sem margem para dúvida, um grande avanço para a saúde pública na Europa a Resolução hoje aprovada no Parlamento Europeu, promovida pela eurodeputada Edite Estrela, sobre a proibição total de fumar em espaços públicos fechados. Pelo tom das notícias (não li o texto na íntegra) a Resolução não confere a liberdade de existirem espaços públicos fechados para fumadores (ou para quem, mesmo não sendo fumador, os queira frequentar). Se assim for é mais uma Resolução do Parlamento Europeu a atentar contra a liberdade individual. É muito fácil ao Parlamento Europeu vestir o fato de vinil e brandir o chicote contra os fumadores, mas não é por aqui que vão tapar o «buraco do ozono». Se aparecerem de fato de vinil e chicote na mão em Copenhaga a falar contra as emissões de carbono, a China e os EUA não perdem a oportunidade de vos dar umas palmadinhas no rabo.
Há dias, Manuel Alegre, na Revista Ops!, pedia às «esquerdas» que fossem capazes de comunicar e estender pontes para o diálogo, lembrando o declínio da social-democracia europeia e a sua «colonização pelo neo-liberalismo». Hoje, no Avante, José Casanova (estou certo que leu o texto de Manuel Alegre) deu o seu contributo para o «diálogo» proposto explicando o motivo pelo qual a social-democracia chegou a esta situação: «Os efeitos do ataque à democracia de Abril, iniciado há trinta e três anos pelo Governo Mário Soares/PS, são visíveis todos os dias em todas as áreas da vida nacional. Daquela que foi a mais avançada, a mais progressista, a mais participada, a mais justa – e, por isso, a mais moderna – democracia alguma vez existente em Portugal, pouco resta.» Como começo de conversa, acho bem que se troquem umas ideias sobre a democracia. Quando toda a «esquerda» aceitar que o período entre o 25 de Abril de 74 e o 25 de Novembro de 1975 foi a mais avançada, a mais progressista, a mais participada, a mais justa – e, por isso, a mais moderna – democracia alguma vez existente em Portugal, estaremos, então, preparados para formar um governo das «esquerdas». Até lá vou acompanhando o diálogo com muito interesse.
Ontem, no jogo FC Porto – Chelsea, vi um jogador atirar-se sem dó nem piedade às pernas de um adversário. O comentador de serviço ao jogo, de imediato, explicou-me tecnicamente o que tinha acontecido: «o jogador calculou mal o tempo de entrada do “carrinho” e apanhou as pernas do adversário.» Tal como no futebol, na política também anda muita gente a «calcular mal o tempo de entrada do «carrinho».
Discute-se por aí, entre fotógrafos, jornais e blogues, o corpo de Demi Moore. A actriz (lembram-se de Streptease), com 47 aninhos, é capa da Revista W de Dezembro. Uns dizem que lhe alteraram os quadris; outros dizem que lhe mexeram nas coxas; outros acrescentam que colocaram a cabeça sobre o corpo de um modelo jovem. Tudo por conta do Photoshop. Os fotógrafos da revista desmentem tais enredos técnicos e garantem que Demi continua «maravilhosa», como sempre foi. A operação de marketing está bem montada: não há jornal europeu que não dedique umas linhas à «polémica» foto da capa. Em tempos de crise é preciso ter imaginação. A revista W de Dezembro vai vender bem.
A vitória de Kerensky sobre os bolcheviques 58 anos depois.
Investigue-se! De Lutz, no quase em português.
O Bispo do Porto, D. Manuel Clemente, foi às jornadas parlamentares do PSD falar sobre os «casamentos entre homossexuais». Ahmadinejad, o presidente do Irão, foi ao Palácio do Itamaraty falar a Lula da Silva sobre o «desenvolvimento do urânio para fins pacíficos». D. Clemente já regressou ao Porto, Ahmadinejad seguiu para a Venezuela e eu vou ali ao Café de S. Bento comer um bifinho.