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José Sócrates disponibilizou-se para participar, amanhã, dia 27 de Julho, pelas 17.30, numa blogo-conferência aberta aos social media e à comunicação social que decorrerá em Lisboa com provável transmissão em directo via Sapo. (…) cada um dos participantes terá direito a uma pergunta ao secretário-geral do PS e primeiro-ministro. Não posso deixar - até porque serei dos mais insuspeitos bloggers participantes - de elogiar a iniciativa e, naturalmente, Sócrates já que, como escreveu o Paulo Querido no mail que me enviou, «é um dos principais candidatos a aceitar expor-se num ambiente não filtrado e com maus exemplos no passado, reconhecendo que esse ambiente merece a atenção.»
João Gonçalves (Portugal dos Pequeninos)
Se Pacheco Pereira viesse dizer que o PS o tinha convidado para a lista de deputados, ninguém acreditava. Como foi Joana Amaral Dias a dizer há quem acredite. E porquê? Porque só é susceptível de ser convidado quem transmite a outros a percepção de estar disponível para aceitar. É essa disponibilidade que lança a dúvida sobre o suposto convite. Como complemento, não se deve descartar a «manobra de pressão» sobre Louçã para integrar as listas do BE.
Joana Amaral Dias poderia ter sido convidada pelo PS, recusar o convite e encerrar o assunto em privado e em silêncio. Entendeu, por razões que não interessa para o caso, comunicar o sucedido a Francisco Louçã. Este, por sua vez, poderia ter ficado a saber do sucedido e nada dizer em público. Entendeu, todavia, criar um caso político. E é aqui que o caso se torna interessante: por que motivo Louçã decidiu amplificar e dar um impacto político ao convite?
Dissuasão, pura e dura. Louçã entendeu responder de forma desproporcional, de modo a incutir um custo, ou a expectativa de um custo, de tal forma elevado que obrigue o PS a pensar duas vezes antes de voltar a abordar alguém do BE.
Ironicamente, a reacção de Louçã revela também fraqueza. Algo surpreendentemente ficámos a saber que o líder do BE receia as investidas do PS nas suas águas. Louçã receia eventuais deserções nas fileiras. Quem diria?
Paulo Gorjão (Delito de opinião)
Se José Sócrates, secretário-geral do PS, tivesse convidado Joana Amaral Dias para a lista de candidatos a deputados do PS, nas próximas eleições legislativas, estava no exercício dos seus direitos e tinha toda a legitimidade para o fazer, apesar do mau gosto político de tal convite Se o secretário-geral do PS tivesse abordado a bloquista e lhe tivesse dito: «minha cara, se o PS ganhar as eleições conto consigo para dirigir o Instituto da Droga e da Toxidependência, estava no pleno uso dos seus direitos e tinha toda a legitimidade, apesar dos danos que iria causar ao dito instituto. Perguntar não ofende, diria o outro. E só um trotskista furibundo pode encontrar nisto «tráfico de influências». Parece, afinal, que a coisa pia mais fino: Joana Amaral Dias, rejeitada no último congresso do BE, está empenhada em recuperar a confiança que Louçã lhe retirou. E em manter-se, também, à tona de água. Para além de Louçã, o que é normal, toda a direita seguiu atrás das declarações da senhora. Eles – a direita - andam atrás de tudo o que mexe, enquanto não aparece um programa de governo do PSD.
Gosto de livros. De todos os livros, os que leio e os que não leio. Os livros guardam o património e a memória do que somos. E são amigos silenciosos e fiéis. Há quatro décadas que, compulsivamente, compro livros. Ainda me recordo que, há 40 anos, a primeira coisa que fiz quando recebi o meu primeiro salário foi comprar um livro, o meu primeiro livro comprado (antes eram as bibliotecas itinerantes da Gulbenkian que suportavam a minha leitura). Numa livraria em Almada. Já não sei precisar se foi As vinhas da Ira ou A um deus desconhecido, mas não é relevante. Foi John Steinbeck. Não sei se me vou adaptar ao e-book. Gosto de os folhear, sublinhar, dobrar o canto superior direito da página. Arrumá-los na estante. Há quem não perceba o que é gostar de livros. A esses aconselho a frequentarem livrarias, como quem frequenta restaurantes. E nunca saírem de uma livraria sem comprar um livro. E, assim, aprenderem a ler como Kate Winslet, em The Reader. Vão ver como serão muito mais felizes.