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Quem não se fica pela leitura dos títulos de jornais, lê a carta na íntegra.
Não há Freeport que resista ao bom gosto do João Villalobos.
Mónica Marques integrou a «tribo» do SAPO.
Nós – portugueses – estamos, ainda hoje, entre Eusébio Macário e A Capital ou A relíquia. Provavelmente, bebemos por esse mundo em que nos entornámos, por essas tantas paragens onde os ventos e as velas nos levaram, o pior que encontrámos. Enchemos porões de especiarias e materiais preciosos, mas esquecemo-nos de embarcar a dialéctica e a poesia, a arte e os saberes, e muitas outras coisas que por lá existiam. Ampliámos os defeitos, mas não as qualidades, como diria Almada Negreiros. É esta «alma portuguesa» que leva a que os piores de entre nós, tribunos fanáticos, anquilosados, sem respeito pela democracia e pelo Estado de Direito, se arvorem em polícias (cuja vocação não se coloca em causa), acusadores e julgadores, sem provas, nem defesas. Tudo ao mesmo tempo, como nas ditaduras. E, sem decoro, ainda evocam em seu abono uma cruzada pela «decência». Ontem, na Quadratura do Círculo, em defesa da sua dama, Pacheco Pereira representou o papel de um destes portugueses «exemplares».
Alguns textos lidos por essa blogosfera fora levam-me a crer que há quem acredite que a Nossa Senhora de Fátima virá a Portugal, ainda este ano, para nos livrar de José Sócrates, tal como veio, em 1917, para nos livrar dos comunistas russos.
Hoje foi aprovado, no Parlamento, o Orçamento suplementar. As oposições juntaram-se no voto contra. Desde Paulo Portas a Francisco Louça. E brandiram as mais duras críticas. Algum português – aparte aquela ínfima parte do costume – deu conta disso? Claro que não. Estão todos entretidos com a telenovela Freeport .É isso que a agenda mediática lhes dá.