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Instruções para salvar o Mundo, de Rosa Montero (Porto Editora) – um romance que se lê numa penada – é, para mim, naturalmente, aquele que melhor retrata o «pensamento» da autora (A louca da Casa está muito próximo). As quase 300 páginas estão condensadas na última frase: «É que a humanidade divide-se entre aqueles que sabem amar e aqueles que não sabem».
Eu sei o que está a acontecer em Bombaim; e, também li a entrevista de V.S. Naipaul no DN, sobretudo aquela frase sobre Guantánamo, citada por Filipe Nunes Vicente; como estou a par, mais detalhe, menos detalhe, da profunda crise do capitalismo. Salva-nos, na amargurada vertigem dos dias, pequenos prazeres: um bom livro, um bom amigo, uma boa refeição. Ontem, ao jantar, com um bom amigo, no Veneza, ali em Mem Moniz – um ensopado de borrego, envolto em Quinta da Revolta – entre muitas conversas, assistimos a um jogo do Benfica com uns gregos. Muitas vezes disse: sou adepto de qualquer equipa portuguesa sempre que joga com equipas estrangeiras. Hoje descobri que tal afirmação da minha parte é só racional. Emotivamente tal não corresponde à verdade. Eu ontem senti-me grego, ao ponto de um benfiquista, na mesa do lado, esfaquear com o olhar o entusiasmo transbordante com que brindei cada um dos cinco golos dos gregos. E em verdade vos digo: se os tais gregos jogassem com o Messi, aquele do Barcelona, tinham sido, pelos menos, dez golos.
Rui Bebiano homenageou o XVIII Congresso com a piada nº 2376. Eu rendo a minha homenagem com a piada nº3479.
Quando, em meados de 1975, Amália Rodrigues actuou em Moscovo, Leonid Brejnev, que assistiu ao concerto na primeira fila, no final fez questão de cumprimentar a fadista. Ao entrar no camarim, quis agradecer a Amália com um beijo na boca, como é hábito entre os russos. Ao que esta lhe terá dito: só me beijas na boca se me prometeres que deixas sair da União Soviética todos os cidadão que o desejarem. Brejnev ter-lhe-á respondido: marota, já percebi que queres ficar cá sozinha comigo.
Há encontros e encontros que, mais dia, menos dia, numa qualquer esquina do caminho, se encontrarão.
- O que é que tu achas: foi o Sá Fernandes que traiu o BE ou foi o BE que traiu o Sá Fernandes?
- Não sei, mas o que me disseram é que nenhum dos dois ficou bem na fotografia.
«A questão do destino da espécie humana parece‑me ser a de saber se e em que medida a evolução da civilização conseguirá controlar os distúrbios que os instintos humanos para a agressão e para a autodestruição causam na vida em comunidade»
A propósito de Dias Loureiro e de supostas insinuações sobre o Presidente da República, José Manuel Fernandes termina o editorial do Público, de hoje, com a seguinte conclusão: «Em democracia não se deve brincar com o fogo – mas numa democracia em tempos de crise, optar pela táctica da "terra queimada" pode ser suicidário.» O que significa esta nova preocupação de quem tem andado, nos últimos anos, diariamente, com uma tocha na mão à procura de palha?
Agora se percebe a pressa do BE em aprovar a nova lei do divórcio: queria separar-se de Sá Fernandes com facilidade. Só tem um inconveniente: as declarações de amor foram públicas.
O 25 de Novembro de 1975 visto das imediações Ritz Club. É lindo!
«A recessão económica que irá afectar Portugal no próximo ano será menos acentuada do que a média da Zona Euro», conclui as previsões económicas de Novembro da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Será prenda do menino Jesus?
Parece que o bom senso não é coisa que abunde na cabeça da directora da DREN. Nesta altura do campeonato, ameaçar com processos disciplinares os «professores que pressionem colegas a boicotar o processo de avaliação.» (defina-se «pressionar») é o mesmo que atirar petróleo para a fogueira. A luta é política, não é administrativa-disciplinar.
Como se pode constatar, o que estava mesmo em causa, nas eleições de Domingo, na Venezuela, era a criação do «ambiente» que permitisse um novo referendo sobre a Constituição. Hugo Chávez precisa de alterar a Constituição antes de acabar o actual mandato. Com o actual texto da Lei não se pode recandidatar. O «socialismo do século XXI» gira todo à volta desta questão:
Quem viveu o dia 25 de Novembro de 1975 (e os meses que o antecederam) sabe o que se passou. Por isso, é interessante ler, hoje, passados tantos anos, as justificações de Álvaro Cunhal, após a derrota do golpe militar comunista – a derrota da sua vida – e sobre o recuo a que foi obrigado. (Capítulo 8 do livro A verdade e a mentira na Revolução de Abril: A contra-revolução confessa-se, Edições Avante! )