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Yan Lianke, nascido em 1958, é um dos mais conhecidos escritores chineses contemporâneos. Servir o Povo (teorema), publicado este Verão, em Portugal, leva-nos ao interior da Revolução Cultural chinesa de forma simples e satírica. Wu Dawang, um soldado modelo que recita de cor textos inteiros de Mao, foi escolhido para ordenança e cozinheiro de um Coronel do Exército Popular de Libertação. Servir o Coronel era «servir o povo», ao ponto de lhe ter sido ordenado «servir» a jovem mulher do seu superior. Através de uma perigosa história de amor, o autor vira a Revolução Cultural de pernas para o ar. Yan Lianke vive na China, onde o romance foi publicado e, imediatamente, proibido e apreendido. A arte, e especialmente a literatura, não rima com ditadura.
O João Gonçalves dá-nos conta que na Biblioteca Municipal de Faro se bloqueia o acesso a determinados blogues. Censura é uma das palavras que me ocorre. Também me ocorre servilismo, ignorância, provincianismo. Mas, sobretudo, liberdade. A direcção da Biblioteca Municipal de Faro tem a cabeça mais próxima dos governos cubano ou chinês que, também, bloqueiam blogues e sites por razões que a liberdade expressão desconhece.