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Yan Lianke, nascido em 1958, é um dos mais conhecidos escritores chineses contemporâneos. Servir o Povo (teorema), publicado este Verão, em Portugal, leva-nos ao interior da Revolução Cultural chinesa de forma simples e satírica. Wu Dawang, um soldado modelo que recita de cor textos inteiros de Mao, foi escolhido para ordenança e cozinheiro de um Coronel do Exército Popular de Libertação. Servir o Coronel era «servir o povo», ao ponto de lhe ter sido ordenado «servir» a jovem mulher do seu superior. Através de uma perigosa história de amor, o autor vira a Revolução Cultural de pernas para o ar. Yan Lianke vive na China, onde o romance foi publicado e, imediatamente, proibido e apreendido. A arte, e especialmente a literatura, não rima com ditadura.
O João Gonçalves dá-nos conta que na Biblioteca Municipal de Faro se bloqueia o acesso a determinados blogues. Censura é uma das palavras que me ocorre. Também me ocorre servilismo, ignorância, provincianismo. Mas, sobretudo, liberdade. A direcção da Biblioteca Municipal de Faro tem a cabeça mais próxima dos governos cubano ou chinês que, também, bloqueiam blogues e sites por razões que a liberdade expressão desconhece.
O «mês cruel», como alguns o designam, chega ao fim. Quem vive em Lisboa, e por aí ficou durante o mês de Agosto, a partir de segunda-feira, vai perceber que, afinal, o «mês cruel» é o melhor das suas vidas. Na verdade, «meses cruéis» são todos os outros.
Vladimir Putin, numa entrevista à CNN, disse: «Suspeito que alguém nos EUA criou especialmente este conflito com o objectivo de tornar a situação mais tensa e criar espaço para que um dos candidatos às presidenciais de Outubro ganhe vantagem sobre o outro». Apesar da condenável resposta russa, este argumento não é displicente.
Em nome da segurança, os «neurónios» governamentais inventaram mais uma restrição à intimidade e à vida privada de cada cidadão: o chip no automóvel. O Presidente da República, conivente, apenas recomenda que o decreto-lei deve assegurar as garantias de protecção da vida privada. Uma treta. Alguém acredita que, quem tiver acesso à informação, seja ministro, deste governo ou de outro, chefe de polícia ou secretária de qualquer coisa, não vai bisbilhotar por onde a respectiva mulher (ou o marido) anda e identificar o amante (ou a amante)? Porra, já tinha de deixar o telemóvel em casa, não usar cartões de crédito, nem vias verdes e, agora, ainda me obrigam a ir de táxi. É demais!
Em Portugal não se come mal, de Miguel Esteves Cardoso (Assírio & Alvim) estará nas livrarias a 15 de Setembro. Em resumo, como escreve o autor: «A vida come-se quando é boa; come-nos quando é má. E às vezes, quando menos esperamos,também comemos com ela».
«Como a História está farta de nos ensinar, o anticomunismo é sempre antidemocrático»
Editorial do Avante, 28.08.08
O espírito desportivo do Rodrigo está em alta: «Acho que todos os sportinguistas devem estar agradecidos ao Real Madrid. Não é um clube qualquer que sofre três golos só para o adversário sair de cabeça erguida.»
O João Gonçalves refere um texto «imperdível para perceber como os "novos valores" nacionais são substancialmente mais velhos do que os sessenta e cinco anos apontados com dedo malcriado à Deneuve. Como se ela tivesse idade.»
A 8 de Setembro chega às livrarias o novo romance de Rosa Lobato Faria, As Esquinas do Tempo, em destaque no site da Porto Editora, onde se pode ouvir a escritora ler o primeiro capítulo.
A Rússia reconheceu a independência das regiões georgianas separatistas da Ossétia do Sul e Abkházia. O «Ocidente» não gostou. E protestou. Baixinho, mas protestou. Medvedev, o Presidente russo, respondeu de imediato aos protestos: «Não temos medo de nada e isso inclui uma Guerra Fria». Por sua vez, o representante russo na Nato aumentou a parada, ao afirmar que a atmosfera política na Europa «recorda os tempos que antecederam a I Guerra Mundial». Repito: há no ar, nestas coisas dos impérios, acumulações quantitativas que vão dar mudanças qualitativas. É só esperar mais um pouco.
Não houve surpresas nos resultados da 1ª jornada do Campeonato Nacional de futebol, também conhecido por Liga Sagres, que começou no fim-de-semana passado.
Há dias, o PSD, em comunicado, exigiu a demissão do ministro da Administração Interna. Hoje, a actual presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Paula Teixeira da Cruz, exigiu a demissão do ministro da Justiça. Quando é que o PSD, em vez de decapitar ministros, nos diz o que irá fazer de diferente caso venha a ser governo?
A mulher da minha vida, de António Garcia Barreto (Oficina do Livro, 2008):
«Viver é apenas sobreviver por etapas, sentenciara o padre Angústias num dos nossos últimos encontros. Ao longo da minha vida tenho sido surpreendido pela lembrança das suas frases concisas e pela imagem do seu rosto severo de padre, professor e vigário da minha paróquia, versado em filosofia e lugares-comuns. Apesar da sua presença na minha juventude, nunca fui um homem religioso, pelo menos no sentido dado pela Igreja, nem tenho particular interesse pelos seus dogmas nem pelas suas causas. Vi-o sempre como um mestre e não como um sacerdote. As suas palavras eram fonte de ensinamentos e descoberta de vida. O padre ocupava na minha vida o lugar de um pai ausente.»
David Blanco, ciclista espanhol a correr na equipa do Tavira, ganhou a Volta a Portugal
(Na foto, Jorge Corvo.)