Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
«Finalmente, parece-me ter encontrado a fórmula: 1+1=1. Ou nada? É uma aposta que se decide no que já fiz em quase meio século e no que vier a fazer no tempo mais que tiver. Concentrar-me.»
Luiz Pacheco, Diário Remendado, 1971-1975 (D. Quixote, 2005).
O «caso» Maddie chegou hoje ao fim, um ano e pouco depois do desaparecimento da criança, com o desfecho esperado – o arquivamento –, pese embora as vicissitudes mediáticas e a investigação pendular, sem falar nessa diversão que dá pelo nome de segredo de justiça e que alimentou, a peso de ouro, jornais e televisões. A comunicação social, cada vez mais, se parece com as agências funerárias: vivem das desgraças alheias.
O novo projecto do Ministério das Finanças vai desenvolver-se sobre o lema: ainda não cometeste nenhum crime fiscal, mas nós suspeitamos que um dia vais cometer.
É curioso ver os resultados de um inquérito sobre a solução governativa depois das próximas eleições legislativas, promovido por Daniel Oliveira, no Arrastão, entre os seus leitores. Neste momento, as 3 soluções mais votadas são de maioria absoluta: maioria absoluta do PS, em primeiro lugar; maioria absoluta do PS com o BE, em segundo lugar; e, a seguir, maioria absoluta, PS-PCP-BE. Só depois, em quarto lugar, aparece a maioria relativa do PS. Afinal, a maioria absoluta talvez não seja tão má como a pintam, mesmo para os leitores de Daniel Oliveira.
* Título de um post de Eduardo Pitta.
Jorge Bacelar Gouveia, presidente do Conselho de Fiscalização dos Serviços de Informações, em entrevista à Lusa, disse: «Podemos discutir estes assuntos e convencer os cidadãos de que a possibilidade de escutas telefónicas devidamente controladas, é um meio inestimável de aumentar a eficácia dos serviços [de informações] e de proteger a segurança dos cidadãos».
Estas coisas começam sempre em nome da segurança. Depois? Depois, é tarde.
«Assomar o vazio» à procura dos Exploradores do Abismo (Teorema, 2008).
Sucessivos choques tecnológicos vão desfazendo, aos poucos, a liberdade. Um dia destes acordamos numa democracia electrónica: um chip no cartão de eleitor informará se és um bom cidadão – se tens os impostos e as prestações da casa em dia, se a inspecção ao carro foi feita a tempo e horas, se nunca tiveste problemas com a ASAE, se… e, em consequência, se tens direito a voto. Depois? Depois, é tarde.