A história conta-se em poucas linhas: Mora, desde meados do século XIX, pertence ao «distrito» de Évora. As sintonias adquiridas e a proximidade geraram, naturalmente, uma relação de afecto, para além da cultural e funcional. Agora, algum «iluminado» em «planeamento do território» decidiu que Mora passaria a pertencer ao «distrito» (Nomenclatura de Unidade Territorial, como se diz) de Portalegre. O disparate é de tal ordem que, hoje, duas mil pessoas (num concelho com 6 mil habitantes), encabeçadas pelo presidente da Câmara, o comunista José Manuel Sinogas, vieram para a rua, com razão, exprimir o seu descontentamento pela a decisão e cortam, simbolicamente, a estrada nacional. Mas ao disparate, José Manuel Sinogas, respondeu com outro disparate (esforçando-se por aplicar a actual linha política do partido) : «É um acto fascista o que estão a fazer ao Concelho de Mora». Será que o presidente da Câmara de Mora, um membro do partido comunista, não sabe o que foi o fascismo? Fica-lhe mal!
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Avram Grant destronou hoje o «Special One». O Chelsea está na final dos Campeões Europeus.
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Depois da
notável entrevista, ao Público, de Cunha Vaz, sobejamente comentada, é notável a serenidade de
Luís Paixão Martins que se esforça por demonstrar, há muito tempo, que a beira da estrada nada tem a ver com a estrada da Beira.
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Agora que a
fome aperta, os tais activistas contra o
milho marado escondem-se na toca.
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- Para onde fugiu o cabrão?
- Entrou na esquadra da polícia.
.
- Na esquadra da polícia? Vamos lá dar-lhe um enxerto de porrada para ele aprender.
- Dentro da esquadra?
- Sim! Senão ele ainda pensa que não está no Brasil.
(Aparte o «diálogo»: o agredido (dentro da esquadra da polícia) deve conhecer os agressores (já tinha sido agredido fora da esquadra). Passados dois dias, não há notícias da detenção dos agressores? É esta impunidade que gera a insegurança.
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Foram hoje entregues no Tribunal Constitucional 8 400 assinaturas para dar início ao processo de constituição do em novo partido político – o
Movimento Mérito e Sociedade. Eduardo Correia, fundador do novo partido, «não
se revê nas orientações políticas nem da Esquerda nem da Direita». Hoje, ao contrário de há cinco ou dez anos, no estado em que se encontra o CDS/PP e o PPD/PSD, a fruta começa a estar madura. Este (ou outro) partido novo pode ser a grande surpresa eleitoral de 2009. A ver vamos.
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A agência Nova China noticiou que o tribunal de Lassa condenou 17 tibetanos envolvidos nos distúrbios de 14 de Março a penas de prisão entre os 3 anos e perpétua. Os 17 condenados foram acusados pela «justiça» chinesa na morte de 18 civis e de 1 polícia, ferimentos em 382 civis e 241 polícias, incendiado sete escolas, cinco hospitais e 120 habitações e pilhado 908 lojas. A notícia da condenação não surpreende, como não surpreendem os factos imputados aos condenados. O que realmente me surpreende é o facto do deputado do PCP Bernardino Soares ainda não ter tecido o seu aplauso à celeridade da «justiça» chinesa em contraste com a «morosidade» da justiça portuguesa. Prender, investigar, acusar e condenar num mês só é possível nos regimes «democráticos» que o PCP nos quer dar.
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Manuela Ferreira Leite apresentou, hoje, a sua candidatura à presidência do PSD. Do discurso, registo o mais fácil de entender: não se candidata «por ambição política ou vaidade».
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Cavaco Silva, no seu discurso comemorativo de hoje, dissertou sobre um inquérito aos jovens. O Presidente da República mostrou-se perplexo perante os resultados: «O estudo colocou aos inquiridos três perguntas muito simples: qual o número de Estados da União Europeia, quem foi o primeiro Presidente eleito após o 25 de Abril e se o Partido Socialista dispunha ou não de uma maioria absoluta no Parlamento. Pois, Senhores Deputados, metade dos jovens entre os 15 e os 19 anos e um terço dos jovens entre os 18 e os 29 anos não foi sequer capaz de responder correctamente a uma única das três perguntas colocadas.» Com perguntas destas, ninguém acerta, obviamente. Nem nos programas do Malato que dão dinheiro pelas respostas certas. Experimentem perguntar aos manifestantes que hoje desceram a Avenida da Liberdade em que ano estreou o filme Blade Runner ou se Mick Hucknall é ou não o vocalista dos Simply Red. O resultado é o mesmo. Estamos apenas num tempo de mudança de paradigmas políticos, culturais e comunicacionais. (Ou, numa versão mais radical: se os políticos não nos ligam pevide porque razão havemos nós de conhecer as suas vaidades… ou, ainda, façam mais «experiências» na Educação e vão ver onde vamos parar...)
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Ricardo Paula, pintura, na Galeria S. Francisco (Rua Ivens, 40 (ao Chiado), Lisboa), de 10 de Maio a 12 de Junho.
(Títulos das telas aqui pré-reproduzidas, por ordem: Rei, capitão, ladrão. O longo passeio na primeira luz. Azul.)
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Ofício diário, pintura de
Torquato da Luz, até 12 de Maio, na Junta de Freguesia de S. João de Brito, Rua Conde Arnoso, 5-B, Lisboa.
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Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
Sophia de Mello Breyner Andresen
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O «Tratado de Lisboa» (ou o que quer que seja, já que 99,9% dos portugueses, tal como eu, não o leram) foi aprovado na Assembleia da República. Avisam-me que isto é uma maldade. E porquê? Porque a «perda de soberania» devia ser submetida a referendo. E quem me avisa sobre a «perda de soberania»? Exactamente os mesmos que, em 1968, exigiram (ou aplaudiram) a entrada dos tanques soviéticos nas ruas de Praga, espezinhando a soberania checoslovaca. E quem me avisa sobre a necessidade de referendar o «tratado»? Os mesmos que há pouco mais de um ano não queriam que se realizasse um referendo sobre a despenalização do aborto (depois da rejeição num primeiro referendo), mas a aprovação da lei na Assembleia da República. Afinal, quem me avisa não acredita que o muro de Berlim caiu, como não acredita na corrupção em Angola. Outros, ainda, avisam-me que, mesmo sem referendo, o «tratado» devia ter sido mais «discutido». Pergunto: por quêm? Por meia dúzia de «especialistas», em linguajar hermeticamente fechado, nos Prós e Contras ou na Casa do Povo da Marmeleira? E, por aqui me fico, com uma frase obreirista de um velho caldeireiro da Lisnave: não recebo lições de quem sabe mais do que, mas de quem faz melhor do que eu.
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Vasco Graça Moura é um optimista descontrolado, sobretudo quando faz uso dos seus dotes político-partidários. No DN de hoje, ele anuncia a aproximação de «
duas vagas de fundo». A primeira vaga levará na crista Manuela Ferreira Leite à presidência do PSD; a segunda, ainda maior - «
uma vaga de fundo no exterior do PSD» -, levará, então, a futura presidente do PSD à chefia do Governo. Pela pena de Vasco Graça Moura descobre-se, assim, que o PSD não anda pelas ruas da amargura. Está na praia à espera que surjam as duas vagas. Porque, segundo as previsões, «
o ponto de encontro dessas duas vagas de fundo chama-se vitória». O perigo da previsão meteorológica de Vasco Graça Moura reside na possibilidade do desencontro das anunciadas duas vagas de fundo poder partir o PSD ao meio.
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