Passa hoje mais um aniversário da Casa Fernando Pessoa, uma referência cultural da cidade. Renovados parabéns ao João Soares, que há 14 anos lhe deu existência e ao Francisco José Viegas, que nos últimos anos, com engenho e mestria, lhe tem dado alma.
Autoria e outros dados (tags, etc)
Caracas, 30 de Novembro de 2007.
Autoria e outros dados (tags, etc)
O Estado português exerceu o direito de preferência na compra do quadro a Deposição de Cristo no Túmulo de Giovanni Tiepolo (pintado em Espanha entre 1769 e 1770) que hoje foi a leilão, em Lisboa, com uma base de licitação de 1,5 milhões de euros, o preço pelo qual foi arrematado. Não há muitos anos, um primeiro-ministro disse que não construiria um novo aeroporto enquanto houvesse filas de espera para consultas nos hospitais. Depois das declarações da Ministra da Cultura era de temer que, agora, na mesma linha, alguém dissesse que não se adquiriam obras de arte enquanto não se resolvesse o problema do déficit. Mas o bom senso veio ao de cima.
Autoria e outros dados (tags, etc)
Sinceramente, ninguém
estava à espera ou, para ser mais rigoroso, eu não estava à espera. Mas que, em abono da sinceridade, dá um certo gozo, isso dá.
Autoria e outros dados (tags, etc)
Há poucos dias a Assembleia Municipal de Lisboa, com uma composição que não se sujeitou aos resultados das eleições intercalares, rejeitou (com o PSD e o PCP de braço dado) a proposta apresentada pela Câmara, a qual propunha, no essencial, um aumento de uma décima – 0,7 para 0,8 – no imposto municipal sobre imóveis (IMI). Hoje, na sessão de Câmara, a proposta de António Costa para contrair um empréstimo de 500 milhões de euros (para pagar dívidas herdadas da governação municipal do PSD) mereceu o voto contra dos vereadores do PSD, o que indicia o voto contra do PSD na Assembleia Municipal e, provavelmente, o «chumbo» desta proposta. Se tal vier a acontecer, António Costa admite «
todos os cenários», o que inclui demitir-se. António Costa tem um grande «bico-de-obra» para resolver: governar Lisboa nestas condições (em minoria na Câmara e em minoria na Assembleia Municipal). Mas, o que é grave, Lisboa está a pagar um preço muito alto. A bem da democracia e da responsabilidade, espero que aprovem, na Assembleia da República, uma nova Lei Eleitoral Autárquica que permita a quem foi eleito executar o seu programa e, depois, no fim do mandato, ser eleitoralmente julgado; que impeça que o desvario e a «táctica política» arruínem por décadas Lisboa e outras cidades por esse país fora.
Autoria e outros dados (tags, etc)
Luísa Mesquita é uma traidora. E por isso foi expulsa do PCP. Mesquita responde na mesma moeda: a traição veio do PCP. A palavra traição – usada a torto e a direito pelos comunistas – define a sua arrumação temporal – o século XIX. O resto é retórica.
Autoria e outros dados (tags, etc)
José Ramos Horta, a quem foi atribuído o prémio Nobel da Paz, em 1996, declarou publicamente a sua intenção de propor Durão Barroso para prémio Nobel da Paz em 2008. Não há nada de insólito nesta proposta. Antes pelo contrário: é coerente com a posição que o então Ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor assumiu, em 2003, ao apoiar a invasão do Iraque. A proposta só peca por modesta ao não incluir Bush, Blair e Aznar. Há prémios destes, como havia os da farinha Amparo.
Autoria e outros dados (tags, etc)
Pedro Rolo Duarte há muito tempo que foi «atacado« pelo «bichinho» dos blogues, como espectador privilegiado. Agora saltou para o palco.
Autoria e outros dados (tags, etc)
Sá Fernandes, vereador eleito pelo Bloco de Esquerda,
considerou irresponsável uma ameaça de rompimento da «coligação» PS-Bloco, em Lisboa, proferida por Heitor de Sousa, deputado municipal bloquista. Parece-me que, com esta pequena «zanga de comadres», se iniciou o processo de «separação» de Sá Fernandes do Bloco de Esquerda. Não me surpreende se Sá Fernandes concorrer nas próximas eleições autárquicas como vereador «independente» na lista de candidatos do PS. E, aí, se revelará o objectivo de António Costa ao engendrar esta «coligação». Até lá é necessário «fazer» um percursor. António Costa e Sá Fernandes deram um nó cego ao Bloco em Lisboa.
Autoria e outros dados (tags, etc)
A ASAE encerrou a Ginjinha do Rossio e apreendeu 18 garrafas de ginjas com elas. Pergunto: há notícia de algum internamento ou morte de algum consumidor da Ginjinha do Rossio nos últimos cem anos? Pior que a falta de higiene na confecção da ginjinha é a falta de higiene mental. A Alma ninguém nos consegue tirar.
Autoria e outros dados (tags, etc)
No dia 30 de Novembro há uma greve geral da função pública, a que se juntou o Sindicato Independente dos médicos. Esta greve geral significa, em primeiro lugar, uma expressão do descontentamento dos trabalhadores da função pública face às políticas do governo, quanto a aumentos salariais neste sector e quanto às consequências da reforma administrativa. Em segundo lugar, é uma expressão do complexo sistema de «pesos e contrapesos» que as sociedades democráticas dispõem para manter o equilíbrio da «vontade popular» para além da expressão eleitoral. Em terceiro lugar, significa que a força do partido da «classe operária» - o PCP – reside na função pública. É aqui que reside, de facto, o essencial da sua base social de apoio. E é aqui, também, que reside a maior contradição e a maior fraqueza do PCP: é um partido que representa sectores da «pequena burguesia» e da «aristocracia operária», mas que lhes propõe, como solução para os seus males, a «revolução proletária». Ora, acontece que a «pequena burguesia» e a «aristocracia operária» não querem a «revolução proletária», porque sabem que têm mais a perder do que a ganhar. Num momento de crise «revolucionária» estarão na primeira linha contra qualquer veleidade de tomada de poder pelo PCP. Esta contradição ente a base «ideológica» (miragens do XIX) do PCP e a sua «base social de apoio» remete-o para o papel de «tubo de escape» do «sistema». E, o pior, é que daqui não podem sair por muito que sonhem com os amanhãs que cantam.
Autoria e outros dados (tags, etc)
Nos tempos que correm, quando alguém é alvo de uma injustiça flagrante e socialmente relevante não lhe passa pela cabeça recorrer aos meios administrativos, políticos ou judiciais para que seja reparada a injustiça. Isso significaria, na melhor das hipóteses, ser ignorado. Um telefonema para um canal de televisão basta. É como um milagre. Os exemplos são muitos. Os mais recentes que me ocorrem são os de uma professora e de uma funcionária de uma Junta de Freguesia, ambas com problemas de saúde graves, suficientes para, num entendimento de bom senso, serem dispensadas do trabalho, mas que uma «junta médica» não atendeu. No dia a seguir à reportagem televisiva a dar conta da situação, num caso, ou no próprio dia, no outro, os ministros da tutela vieram a público anunciar decisões no sentido de reparar a injustiça, contrariando a decisão administrativa. Uma injustiça conhecida por todos é «diferente» (as consequências negativas sobre o poder político) de uma injustiça que ninguém conhece. Do ponto de vista da utopia é mau, mas este tubo de escape só é possível em democracia. Por isso, onde não há liberdade de expressão, não há injustiças, como em Cuba, por exemplo. E, onde não há injustiças, são dispensáveis as greves, os sindicatos, as manifestações. Afinal de contas, não é assim tão difícil entender a «democracia» do regime da Coreia do Norte que circula na cabeça de Bernardino Soares, nem a «matiz neofascista» do regime português que faz de Miguel Urbano Rodrigues um «teórico» do comunismo do século XXI.
Autoria e outros dados (tags, etc)
A bem do contraditório, a direcção do programa televisivo Quadratura do círculo devia convidar alguém do PSD para participar na conversa.
Autoria e outros dados (tags, etc)
O tempo é uma «coisa» tramada. Nem pára, nem nos dá descanso. É mortífero. Se não fosse a velocidade constante em que o tempo engrenou não havia velhice, nem morte. Por culpa do tempo que não pára, nem se compadece, estou temporariamente «sem tempo» para uma presença diária nestas andanças. Mas atrás do tempo, tempo virá. Espero. E quem espera sempre alcança, diz a sabedoria popular. Fico, pois, por agora, intermitente: sempre que o tempo vier ao meu encontro, apareço; sempre que, ingrato, o tempo me desapareça, eu desapareço à procura do tempo para voltar aqui. Contra o tempo não se luta.
Autoria e outros dados (tags, etc)