Li e ouvi os mais variados comentários sobre o Congresso do PSD este fim-de-semana. Uns centram-se nas dificuldades que Pedro Santana Lopes, como líder parlamentar, irá criar a Luís Filipe Menezes; outros, são da opinião que Menezes é líder de meio partido (o outro meio – Marcelo, Pacheco Pereira, Rui Rio e outros - vai andar por aí a conspirar e a dificultar a acção da nova direcção; outros, ainda, dizem que o discurso final de Menezes joga em todos os tabuleiros: quer mais e menos Estado, mais e menos serviço público, mais e menos serviço privado, mais contenção e mais despesa. É possível encontrar «verdade» em cada um destes comentários, mas tudo se reduz e encaixa na dicotomia «credibilidade/descontentamento», ou seja: ganhará «este» PSD credibilidade para capitalizar o eventual descontentamento que ainda não teve oportunidade de se expressar eleitoralmente? Dentro de certos limites, o «descontentamento» é conservador, não arrisca: para pior já basta assim, enquanto a «credibilidade», muitas vezes, é assimilada mais por elementos emocionais do que racionais. O PSD de Marques Mendes nunca ganhou a «credibilidade» necessária para ser alternativa ao actual governo e, assim, continuaria até 2009. Os militantes do PSD sabiam isso, como todos sabíamos. O PSD de Luís Filipe Menezes vai ter uma nova «oportunidade», antes de 2009, para se «credibilizar». Os próximos 6 meses são decisivos para avaliar como cresce ou decresce o «descontentamento» e como cresce ou decresce a «credibilidade». Está tudo em aberto, obviamente.
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O general
Ricardo Sanchez, comandante das tropas americanas no Iraque entre o início da guerra e meados de 2004, diz, agora, que «
Não há dúvidas de que os EUA estão a viver um pesadelo sem fim à vista no Iraque». Já todos sabemos, como sabemos que foi Sanchez quem terá autorizado os militares americanos a usarem cães para intimidar prisioneiros iraquianos em Abu Ghraib. As declarações do general são corporativas: os Estados Unidos perderam a guerra do Iraque por causa dos políticos e não dos militares. Até pode ser verdade, mas o pecado original está nos motivos da invasão de um país soberano e não no modo de conduzir a guerra. E sobre o pecado original o general nada disse.
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«
Igreja abriu sob apupos e assobios»
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Ás vezes procuro nas estantes um livro e a minha atenção recai sobre outro. Foi o caso: um livro de textos de Che Guevara, editado em 1975, e traduzido da revista cubana Verde Olivo. Folhei-o e prendo-me nos sublinhados e nas notas à margem (naquele tempo fazia dos livros cadernos de apontamentos). Detenho-me na seguinte passagem: «Duas organizações de polícias, ambas pagas por Baptista, andavam à procura de Fidel Castro [no México, em 1956]. Uma delas teve a sorte de prendê-lo, mas cometeu o erro absoluto de não o matar depois de tê-lo aprisionado». A nota à margem, escrita há mais de trinta anos, já meio desmaiada, diz: alguém no exército boliviano leu este texto e não cometeu o mesmo erro absoluto…
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A propósito do jogo de hoje da selecção nacional de futebo, o
Público escreve: «
a selecção somou a quinta vitória na fase de apuramento e quebrou a série de três jogos consecutivos de derrotas (1-1 na Arménia, 2-2 com a Polónia e 1-1 com a Sérvia)» . Até no futebol o
Público vê o mundo a preto e branco: só há vitórias e derrotas. Não há empates.
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Se a lei do direito de reunião e de manifestação que nos rege é de 1974 e foi feita pelo governo provisório de Vasco Gonçalves, é óbvio que não houve qualquer ilegalidade na «visita» ao Sindicato feita pelos dois polícias da Covilhã. É elementar, do ponto de vista do cumprimento da lei. Pensavam, na altura, que a lei se destinava a «controlar» o direito de reunião e de manifestação da direita. Mas não. É uma lei geral e abstrata. Mudem a lei em nome da Constituição e da democracia.
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Sou agnóstico, mas respeito as crenças de todos os que professam uma religião, seja o cristianismo, o comunismo ou islamismo. Esse respeito não chega às
burlas. Aliás, nem os médicos do Vaticano respeitam, quanto mais eu.
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Este fim de semana, em Portalegre. Por exemplo: David "Honeyboy" Edwards, nascido no ano de 1915, no Mississipi, é um dos últimos originais "bluesmen" acústicos. Uma lenda. Little Freddie King (também um dos últimos grandes nomes dos country blues eléctricos do Delta do Mississipi). E Portalegre aqui tão perto.
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A tese de Al Gore fez vencimento em Estocolmo.
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Vítor Dias queixa-se com frequência de omissões ou de falta de memória dos «comentadores burgueses». Neste caso concreto, sobre a intervenção militar cubana no Congo e em Angola, ao referir à famosa batalha do
Cuito Cuanavale, em Angola, Vítor Dias devia ter dito, pelo menos em nota de rodapé, em nome da memória, que o grande estratega da dita batalha, o General Arnaldo Ochoa Sanchez, foi fuzilado, nos arredores de Havana, a mando dos irmãos Castros, na madrugada de 13 de Julho de 1989. É caso para citar José Luís Borges: «
A verdade histórica não é o que sucedeu, é o que pensamos que sucedeu».
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O PCP, na oposição na Câmara de Lisboa, defende que «os trabalhadores não são descartáveis», como a maioria PS/BE pretende. Como ajuíza o «
Avante», a maioria PS/BE está a proceder a «despedimentos»: cerca de três dezenas de funcionários da Divisão de Medicina no Trabalho receberam cartas a anunciar a rescisão dos contratos. É notório que o PCP quer fazer, a partir do concreto, a prova de que o BE representa a pequena burguesia radical e, por razões de classe, está sempre disposta a vergar à grande burguesia e ao capital, neste momento «representado pelo PS». Na lógica do olhar marxista, em que o BE se situa, numa revisão «modernista», a desmedida ambição de Sá Fernandes em ser vereador com pelouro vai dando razão ao PCP. Mas, as razões do PCP vão mais longe. O BE não se submetia ao «acordo de Lisboa» só em função das ambições pessoais de Sá Fernandes. O PCP «sabe» que a «pequena burguesia radical de fachada socialista», como a caracterizam os clássicos, por muito que barafuste, capitulará sempre face ao poder do grande capital. Esta luta entre a «classe operária» e a «pequena burguesia» vai dar um grande romance…
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Não sei a que horas o
Eduardo Graça «meteu» este post. Mas, não é relevante. O que importa é que há mais vida para além do deficit... Bom, não abandalhem muito senão vem aí a polícia dos costumes.
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Por estes dias, dois polícias entraram pelas portas de um Sindicato adentro, ali para os lados da serra, e enrodilharam a democracia. Hoje, o Parlamento vergastou o acto. Como resposta, o primeiro-ministro anunciou que este ano o défice público português se vai cifrar em 3% do PIB, quando a meta era 3,7% (O brilharete é à nossa custa, no entanto, pela minha parte, está pordoado atendendo aos bons motivos). Mas, não fica sem resposta, nem perdão de outros lados: dia 18, quinta-feira, é dia da grande manifestação nacional contra o Governo. Os ricos que paguem a crise, dizem. Mas o primeiro-ministro não se fica pelos ajustes e já respondeu à letra por antecipação: «
Tudo faremos para que os funcionários públicos não percam poder de compra no próximo ano», declarou José Sócrates hoje. Eu sei que tudo isto é muito importante, mas não se esqueçam de olhar para as melhores capas da
Esquire deste ano. Se não injectamos cultura na política a vida torna-se árida, pior do que um deserto. Animaliza-nos. A propósito não se esqueçam, também, de ler as crónicas da
Moda Lisboa (ou da
Moda Cascais?) que a
Miss Pearls nos promete. É a blogosfera a conquistar espaço.
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Doris Lessing, nasceu na Pérsia, que já não é Pérsia, mas Irão. E aí viveu até aos 6 anos. Depois seguiu para a Rodésia, que já não é Rodésia, mas Zimbabué. Já tinha 30 anos quando foi viver para a Grã-Bretanha. Aos 87 recebe o Nobel da Literatura.
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Como devemos entender a atitude de um actual militante do Bloco de Esquerda, o qual, ainda há poucos anos, cantava loas à União Soviética, cumprindo o ritual de militante do PCP, ao reproduzir no seu blogue, em tom crítico, um video do YouTube, datado de 1975, em que Durão Barroso se embrulhava contra o ensino burguês. Será distracção ou falta de memória?
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