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Bom fim de semana.

por Tomás Vasques, em 31.08.07
O BE antecipa a sua Festa uma semana em relação à Festa dos seus mais directos rivais – o PCP. A «análise concreta da situação concreta» é simples: as alternativas à direita são frágeis; o governo vai entrar em desgaste, para além da governação «à direita» deixar órfão uma parte do eleitorado de esquerda; nas próximas legislativas a possibilidade de crescimento eleitoral à esquerda do PS é considerável. No próximo ano e meio vamos, pois, assistir a uma cerrada disputa entre o PCP e o BE: cada um a subir o tom mais alto do que o outro contra o Governo e os «socialistas de direita». Com uma diferença: o PCP vê o eventual crescimento eleitoral apenas como um instrumento da sua luta mais ampla pela «revolução». Sabem, porque está escrito nos livros, que mais cedo ou mais tarde surgirão as «condições objectivas» que conduzirão à insurreição e ao poder. As «eleições burguesas» valem o que valem. O BE, mais pragmático, faz outra leitura - mais «moderna» - do que está escrito nos mesmo livros. Segue o «modelo» do eixo da esperança (Venezuela, Bolívia e Equador): podemos chegar ao poder através de «eleições burguesas» e provocar a «revolução» a partir daí. O decrépito e trôpego quadro partidário dá-lhes alento. Por um ou outro caminho, o PCP e o BE alimentam a esperança de que a «revolução» estará na ordem do dia mais cedo do que os Sócrates e os Mendes deste país pensam.

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publicado às 23:19

Direitos.

por Tomás Vasques, em 31.08.07
Parece que a Câmara Municipal de Viana do Castelo não se dá bem com a propaganda política da oposição.

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publicado às 20:26

Citações.

por Tomás Vasques, em 31.08.07
Excertos de O outro aeroporto, Vasco Pulido Valente, 31.08.2007, Público.


«Em de Fevereiro de 1858, a Virgem apareceu a uma adolescente de 14 anos, Bernardette Soubirous numa aldeia dos Pirenéus, chamada Lourdes. De Fevereiro a Abril, Bernardette voltou a ver a Virgem mais 17 vezes. Na penúltima vez, quando já muita gente se tinha metido no caso, a Virgem disse em dialecto local: "Sou a Imaculada Conceição."(...) Ao princípio as peregrinações não tiveram nem muita importância, nem muita gente. Mas foram aumentando com a abertura (em 1866) de uma linha de caminho-de-ferro e ... Lourdes passou a ser um centro de "turismo religioso" como nunca até ali existira, pela simples razão de que até ali não existiam comboios.

Fátima começou com a mesma espécie de ingredientes. Em primeiro lugar, com uma intensa perseguição à Igreja. Em 1917, por exemplo, o Governo expulsou seis bispos das respectivas dioceses (...) Em 1915 e 1916, três pastorinhos (Lúcia, Jacinta e Francisco) viram um anjo em vários sítios da freguesia de Fátima, coisa que não agitou excessivamente ninguém. Só que a história não ficou por aqui: entre Maio e Outubro de 1917, os pastorinhos viram a Virgem (quatro vezes), com quem Lúcia directamente falou e de quem, na versão oficial, recebeu, um "segredo".
Fátima fica ao pé do Entroncamento, na altura o nó de toda a rede ferroviária portuguesa. Como a linha de 1866 "fez" Lourdes, o Entroncamento "fez" Fátima. Se os pastorinhos vivessem em Bragança, nunca se teria ouvido falar deles. Com o tempo, claro, o carro e o autocarro substituíram o comboio e o Entroncamento deixou de contar. Infelizmente, o problema é agora a "internacionalização" de Fátima e essa "internacionalização" requer um aeroporto. O Vaticano fundou uma companhia low cost para o "turismo religioso", inaugurada esta semana com um voo Roma-Lourdes. Se o Estado português não intervier (pagando um aeroporto, evidentemente), Fátima está em risco de se tornar um "destino" secundário e de perder 150.000 peregrinos por ano. Resta saber se o Estado vai ou não subsidiar a Igreja. Com o nosso dinheiro.»

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publicado às 07:52

Quem conta um conto acrescenta um ponto?

por Tomás Vasques, em 30.08.07
O blogue Movimento Verde Eufémia reproduz um texto, supostamente publicado no Brasil, sobre o «milho de Silves», em que, preto no branco, se escreve:

«A ação foi liderada por pequenos agricultores, ecologistas e cidadãos “preocupados em restabelecer a ordem democrática, moral e ecológica e defender os direitos e bem-estar das comunidades de trabalhadores”

Gostei, sobretudo, dos pequenos agricultores. Há fotos históricas em que fizeram desaparecer personagens. Neste caso, adicionam personagens às fotos.

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publicado às 22:43

Júdice dixit.

por Tomás Vasques, em 30.08.07
Nas entrevistas de Agosto do DE, pela mão de António José Teixeira (como diz João Gonçalves «foi a coisa mais estimulante que apareceu nos jornais durante este verão»), calhou a vez, hoje, a José Miguel Júdice. De toda a entrevista retenho o seguinte:


«O país virou muito para a direita. Eu deixei-me ficar. Fiquei mais ou menos no mesmo sítio onde estava há vinte e tal anos… O PSD tem de se reinventar ideologicamente. O espaço que ocupou, por causa da esquerdização enorme do PS a seguir ao 25 de Abril, foi tomado pelos socialistas.»


E, assim, Júdice justifica o seu apoio ao Partido Socialista.


Não vejo onde está a dúvida.

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publicado às 13:28

Nacionalidade.

por Tomás Vasques, em 29.08.07
É isto a alma portuguesa, senhores, diz - e bem - Francisco José Viegas.
«Ontem, num restaurante pequeno e familiar ao lado de casa, gerido por brasileiros, havia um «jantar de grupo»: trinta brasileiros comiam churrasquinho, bebiam cerveja e comentavam o campeonato português. (...) Hão-de cantar o hino, hão-de saber quem eram os reis da primeira dinastia, hão-de cozinhar bacalhau e, quem sabe, emigrar para França. Alguns hão-de ter nomes comuns, como Nelson Évora (nasceu na Costa do Marfim, tem pais cabo-verdianos, vive em Portugal desde os seis anos e adquire a nacionalidade portuguesa aos dezoito), outros chamar-se-ão Bosingwa (nasceu em Kinshasa) ou Obikwelo (nasceu na Nigéria). É isto a alma portuguesa, senhores

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publicado às 19:26

Novo veto presidencial.

por Tomás Vasques, em 29.08.07
Cavaco Silva vai pautando uma adequada distância em relação ao Governo através do veto de leis jurídica e/ou politicamente sensíveis. Hoje, vetou a Lei Orgânica da GNR, como recentemente se recusou a promulgar os Estatuto dos Jornalistas e a inibição dos contribuintes que queiram contestar as decisões do Fisco. O Governo e o Grupo Parlamentar do PS têm o dever de entender estes sinais de Belém. Ou melhor, têm o dever de entender os sinais da sociedade e dos demais partidos políticos antes da aprovação das Leis. Há matérias em que o consenso não desvirtua o rumo do essencial das políticas governamentais, nem a legitimidade de quem governa. E ajuda muito. Pelo menos não agrava a imagem de «autoritarismo». Aliás, a não promulgação é sempre explorada como um recuo e uma «derrota» política. Mais vale o consenso a anteriori, diria la Palisse.

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publicado às 17:47

Notas soltas.

por Tomás Vasques, em 29.08.07

1 – Vamos ouvir falar até ao fim do ano em «democracia participativa» a propósito de uma proposta recentemente aprovada pelo executivo municipal de Lisboa sobre o «orçamento participativo». A participação dos cidadãos no dia a dia na vida política, em princípio, enriquece a democracia. O problema é quando se utiliza esta bandeira com o objectivo de transferir para uma minoria de activistas as decisões que competem aos representantes legitimamente eleitos. Na nossa história recente temos memória de um exemplo de antologia sobre democracia representativa versus democracia participativa: o período entre o 25 de Abril de 1974 e o 25 de Abril de 1975. A «democracia participativa» que avassalava empresas, cooperativas, sindicatos, forças armadas, aparelho judicial, comissões de trabalhadores e de moradores e vida política em geral não correspondia ao sentir dos portugueses que, nas primeiras eleições, a 25 de Abril de 75, rejeitaram a «democracia participativa» que Cunhal designara, então, como «processo revolucionário em curso». Porque temos memória, estamos atentos.

2 - Manuel Villaverde Cabral, em entrevista ao Semanário Económico, sugere que “É importante fazer um partido a partir de Belém». A «ideia» da criação de um novo partido à direita sob a tutela de Cavaco Silva é, apenas, mais uma acha para a fogueira em que o PSD arde lentamente. É um oportuno lembrete para a incapacidade de Marques Mendes.

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publicado às 10:37

Porto - Sporting - Futebol e outras ocorrências.

por Tomás Vasques, em 28.08.07

Há quem não goste de futebol, como há quem não goste de caracóis. É tão só uma questão de gosto, apesar de quem não gosta de futebol se insinuar com mais substância
(esse «ópio do povo» que enfurece multidões e desvia a sua atenção das «questões importantes» - argumentam para nos assustar). Mas o futebol é uma escola – uma universidade, direi mesmo – da luta política e da luta de classes. Quando, no último Porto-Sporting, um jogador do Porto, no caso concreto Quaresma, desinteressa-se da bola e, intencionalmente, só quer esmagar o pé de um jogador do Sporting, o que vemos nas bancadas? Os sportinguistas pedem cartão vermelho para o infractor. Os portistas gritam: «isto não é um jogo para meninas». Esta é a visão da luta de classes. Não há «factos» que se interpretem acima (ou para além) de uma determinada perspectiva, seja clubista, de classe ou qualquer outra. No caso em apreço, o árbitro, esse, salomónico, talvez por ouvir falar em meninas, mostrou o cartão amarelo, o que equivale a dizer que apreciou o «facto», o referido e muitos outros ocorridos no mesmo jogo, incluindo aquele ressalto para o guarda-redes, de uma determinada perspectiva. Na perspectiva do F C Porto. O árbitro comportou-se, na visão marxista, como a pequena burguesia urbana – a classe média – entalada entre a classe operária e o grande burguesia: acabou por servir quem lhe dá as migalhas. Se assim não fosse o resultado, provavelmente, teria sido outro. Moral da história: quem tiver os árbitros e as classes médias na mão ganha sempre o campeonato.

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publicado às 22:42

...

por Tomás Vasques, em 24.08.07
Encerrado para balanço.

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publicado às 12:29

Causas criativas - 5º Dia.

por Tomás Vasques, em 22.08.07
Aguardo, antes da discussão do Orçamento Municipal para 2008, a publicação dos estudos mandados efectuar pelo senhor vereador Sá Fernandes sobre a qualidade das ameijoas e das corvinas do Tejo, bem com o parecer jurídico que fundamente que tais espécies são património municipal, de modo a punir qualquer iniciativa privada que pretenda apanhar os bivaldes ou os pescadores de corvina, gente atrevida que pulula nos cais de Lisboa.

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publicado às 20:13

Treinador de sofá

por Tomás Vasques, em 22.08.07
O resultado ainda não comprometeu a qualificação. A exibição, essa, sim, comprometeu.

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publicado às 18:50

Diálogos absurdos.

por Tomás Vasques, em 22.08.07
- Chefe: destruíram uma plantação de milho transgénico no Algarve.

- Milho transgénico? Mas quem foi?

- Estavam de cara tapada, mas diz-se que são ambientalistas do BE. A GNR esteve lá, mas não prendeu ninguém.

- Do BE?

- Sim. O Miguel Portas já defendeu publicamente a destruição.

- O BE não interessa. O Governo, homem. O Governo. Temos é que culpar o Governo.

- O Governo?

- Sim, o Governo. A GNR não prendeu ninguém? Vamos atacar já o Ministro da Administração Interna. E o Ministro da Agricultura já foi ao local? Ataquem já o Ministro da Agricultura. Vejam no site do Instituto da Juventude porque eles apoiam todos os ambientalistas. Qual BE. O Governo, homem. Nunca mais aprendes a fazer política.

- Mas, chefe…
- Qual chefe, nem chefe. O Governo. Atacar o Governo. O BE não é do nosso campeonato.

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publicado às 16:55

Big Brother.

por Tomás Vasques, em 21.08.07
Já não bastava o controlo da vida de uma pessoa através dos cartões de crédito, das portagens, dos «multibancos» e por aí fora. Agora até já há quem controle quem apaga o quê em qualquer lado. Uns vasculham os IP do governo na esperança da relevância «política» de um qualquer apagão. Normalmente, ninharias. Outros, contra-atacam e «investigam» os IP do jornal Público. Começa a andar meio mundo a vigiar o outro meio. O que a PIDE se teria divertido com estes instrumentos. E a Inquisição? Era um ver se te avias. Não havia hoje uma única floresta. E ninguém se escandaliza com esta bufaria?

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publicado às 15:53

Bloco de Esquerda – Um partido transgénico.

por Tomás Vasques, em 21.08.07

O Bloco de Esquerda é um partido comunista, radical, de extrema-esquerda, «geneticamente modificado» pelos seus dirigentes, a fim de enganar os incautos e crescer num meio adverso, pejado de «insectos» e «vírus»: a «democracia burguesa» - a ordem, sobretudo económica e jurídica, imposta pelo capitalismo à classe operária e a todos os trabalhadores.
O PCP tem o mérito de ser geneticamente puro. Assume às claras para onde quer ir. Segue o pensamento de Marx, Engels, Lenine, Staline e Cunhal e tem um modelo de «sociedade socialista» – já praticado nas Repúblicas Soviéticas – para onde nos quer levar: o partido único, o Estado detentor de todos os meios de produção, a lei e a ordem da «classe operária». O PCP não esconde esse propósito. A próxima Festa do Avante é uma homenagem à Revolução Soviética de 1917.
Ao invés, o Bloco de Esquerda, ala radical do Partido Comunista, é um transgénico. Depois de anos e anos a lutarem em vão por um lugar no Parlamento, assumindo-se como comunistas radicais (quer de tendência trotskista – o PSR, quer maoista – o PC(R)/UDP)) ou a escola dos velhos comunistas – a Política XXI, decidiram modificar o seu código genético para aparecerem todos juntos como «socialistas de esquerda». Mas, grosso modo, na antecâmara, mantêm viva a sua natureza ideológica. Uma parte – o PSR – ainda edita a revista O Combate, é membro da IV Internacional Comunista e organiza-se na associação política socialista revolucionária. Outra parte, mantem-se fiel às suas origens através da associação UDP que edita a revista A Comuna. A terceira parte – os ex-militantes do velho PCP – organizam-se no Fórum Manifesto e editam a revista Manifesto. (A Secção Portuguesa da Liga Internacional dos Trabalhadors - Quarta Internacional , Ruptura/FER, também mexe).
Com esta «modificação genética», escondendo que tipo de sociedade quer instaurar (no fundo, mais do mesmo: o partido único, o Estado detentor de todos os meios de produção, a lei e a ordem da «classe operária»), o Bloco, ainda sonha com os amanhãs que cantam: «A estratégia do BE é destruir o actual mapa político português para polarizar um campo novo que lute pelo socialismo (…) Podemos e queremos ter a maioria. As grandes ideias da política socialista que defendemos concretizam-se em programas de governo. Quando tivermos a responsabilidade de uma maioria de mudança estaremos prontos a assumi-la por inteiro.» (Francisco Louçã em entrevista ao DN).
Mas o actual estado transgénico do Bloco não vai durar eternamente. Mais cedo ou mais tarde (mais 4 ou 5 desastres eleitorais) a modificação genética solidifica-se e, então, abraçam as «migalhas do poder» com o entusiasmo de quem tem um brinquedo novo ou voltam ao seu estado natural, assumindo o verdadeiro código genético. Neste momento, há sinais para ambos os lados: o «acordo» de Lisboa e a acção «ambientalista», em Silves, são os dois exemplos mais evidentes, mas a discussão interna «fugir do poder ou fugir das responsabilidades» não é de desprezar.
Estamos cá para ver.

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publicado às 10:54

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