
Num dia em que acordou «mal disposto», Bagão Félix, ministro no Governo de Durão Barroso, despediu 18 directores distritais da segurança social através de fax. Provavelmente, os ditos directores não mereciam a «confiança política» do governo ou, quem sabe, as mandíbulas da marabunta que enxameia os aparelhos partidários do PSD e do CDS (neste caso) devem ter exigido «sangue» e o ministro não se fez rogado. Agora, o Tribunal, em última instância, decidiu que o Estado deve pagar um milhão de euros de indemnizações aos despedidos. Estes assaltos não terão termo enquanto não se restringir os lugares de «confiança política» na Administração Pública. Ou, pelo menos, se os lugares em causa são de «confiança política», é obvio que devem cessar como a queda do governo que os nomeou. Este meio-termo reinante entre estatuto de dirigente da “Função Pública” e «confiança política» é um pântano com o sabor das velhas ditaduras sul-americanas.
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A direita «pós-moderna”, com alguns representantes na blogosfera, furibunda com a «esquerda» e desiludida com a «direita”, encetou uma cruzada «anti-sistema». Mas perdeu-se pelo caminho. Desorientou-se e, por incapacidade de pensar o futuro, caiu no raciocínio simplista: se o «sistema» é democrático é na atitude anti-democrática que está a virtude, a fuga. E como «sistema» anti-democrático só conhece o que está para trás, anseia pelo regresso ao passado: um passado morto e enterrado, desde a «alma lusa» do contabilista de Santa Comba Dão à pátria derramada nas glórias «ultramarinas». Falta-lhe a lucidez (e o substrato liberal) de saber nadar contra a corrente. Não tem solução: vai morrer afogada.
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