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Dizia, categórico, como sempre, Pedro Passos Coelho, o nosso inverosímil primeiro-ministro, a 8 de Março do ano passado, a um jornalista sueco: "Já dissemos que vamos voltar aos mercados de dívida em Setembro de 2013 e é o que vai acontecer." Três dias depois, em Washington, o então “homem do leme”, Vítor Gaspar, precisava esse “regresso aos mercados” com maior rigor, escolhendo o equinócio de Outono para concretizar tão almejado objectivo: 23 de Setembro. Hoje, exactamente esse tal 23 de Setembro, todos sabem que o “é o que vai acontecer” não aconteceu, nem tão cedo acontecerá.
O “memorando de ajustamento”, e as suas várias revisões, assumido como o programa do principal partido do governo (que por ironia das teias que Abril teceu se chama “social-democrata”) e, sobretudo, a sua desastrosa execução, neste dois anos e meio, foi um fracasso de proporções assustadoras, cujas consequências a maioria dos portugueses irá pagar durante muitas décadas. Lembremo-nos da garantia dada por este governo de que os sacrifícios, o empobrecimento e a miséria em que a maioria dos portugueses ia cair permitiriam, no próximo ano, um défice orçamental de 2,3% e um desemprego de 12,5%. Hoje, todos sabem que, face ao fiasco que se estende aos olhos de todos, o vice-primeiro-ministro pretende, nas “negociações” com a troika, atingir em 2014 o dobro do défice que nos prometeram, enquanto o desemprego disparou para números dramáticos e a divida continua a crescer.