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EM ALCOBAÇA, NADA DE NOVO.

por Tomás Vasques, em 24.06.13

"Já assistíamos a um despudorado lavar de mãos de muitos autarcas do PSD que se envergonham dos resultados das políticas executadas pelo partido pelo qual concorrem, escondendo na sua propaganda eleitoral o símbolo do partido, o que não abona nada a seu favor, nem da hombridade política e da transparência que é devida aos eleitores. Agora, no Mosteiro dos monges de Cister, o governo, também quis lavar as mãos, como Judas, da política do “daqui ninguém sai vivo” de Vítor Gaspar. Para tal, ensaiou a transferência do protagonismo político, nos próximo dois anos, de Vítor Gaspar para Paulo Portas e Poiares Maduro, acentuando ainda mais a irrelevância do primeiro-ministro, senão mesmo do PSD. Paulo Portas, a coordenar a “reforma do Estado”, forneceu a “nova” estratégia política do governo para os próximos dois anos, através das medidas que constam na sua moção ao congresso dos centristas, uma agenda para o “crescimento económico”: reposição progressiva dos rendimentos de funcionários públicos e pensionistas, desagravamento progressivo do IRS e da sobretaxa, aumento do salário mínimo nacional. Poiares Maduro, com o seu ar desempoeirado, ficou responsável pela estratégia de coordenação política e comunicação, onde irá repetir, à saciedade, em conferências de imprensa diárias, as palavras “consenso”, “credibilidade”, “esperança”, “sempre fiéis à verdade”.

Mas, sejamos realistas: esta “mudança” de política ensaiada em Alcobaça, uma falcatrua para eleitor ver, uma peça de teatro mal ensaiada, vai sair furada para mal dos nossos pecados. Não há uma única medida do governo que altere o rumo traçado desde o primeiro dia. O que se aproxima até ao fim deste ano e durante 2014 são despedimentos aos milhares na função pública, são cortes de mais de quatro milhões de euros na despesa do Estado, o que corresponde, no essencial, a uma transferência dessa despesa para os cidadãos, que provocarão ainda mais retracção económica e mais desemprego, mais défice (já se negoceia com a troika nova flexibilização nas metas do défice para este ano e o próximo), mais dívida externa, mais pobreza e miséria. Esta é a linha de rumo que está traçada e, quanto a isto, não há estratégia de comunicação de Poiares Maduro que alivie a rota de descalabro traçada, nem promessas de Paulo Portas que nos salvem."

 

Em Alcobaça, nada de novo.

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publicado às 09:09




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