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No Brasil, uma pujante e jovem classe média descobriu a rua como forma de fazer ouvir as suas reivindicações e preocupações. Os dados de um estudo divulgado pela Folha de São Paulo ajudam a perceber de onde vem o descontentamento: jovens, sem preferências partidárias, maioritariamente estudantes e licenciados, que participam pela primeira vez em manifestações de rua. As redes socias assumiram (assumem) um papel importante na comunicação e mobilização. No caso concreto, as motivações assentam num sentimento de injustiça social: aumentam bens essenciais, como os transportes públicos, que afectam todos os brasileiros, enquanto se esbanjam milhões de milhões em estádios de futebol e a corrupção na classe política é o pão nosso de cada dia. A luta contra a carestia de vida rapidamente se transforma em luta política. Este é mais um sinal, como outros por esse mundo fora, de que as gerações mais jovens estão atentas e exigem mais participação dos cidadãos nas sociedades democráticas, mais transparência e seriedade no exercício do poder político, mais justiça social e bem-estar. É um bom sinal. O poder do dinheiro tem subvertido as democracias, sugando-lhe a alma e deixando apenas a forma, e tem corrompido o poder político, quer em sentido estrito, quer em submissão aos ditames do poder financeiro. Nas principais cidades do Brasil, por estes dias, há uma juventude que não se conforma com este estado de coisas.
(foto: manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo).