Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]



A “teoria de Deng Xiaoping”, apresentada oficialmente como um “desenvolvimento do marxismo, do leninismo e do pensamento de Mao Tsetung”, e aplicada com êxito na “construção do socialismo” na República Popular da China, parece ter conquistado o novo líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un. As “mudanças” começaram a surgir: um grupo de economistas e advogados alemães estão já a aconselhar o herdeiro comunista com o objectivo de transformar o país num “colosso económico”. A receita é simples: uma ditadura feroz, uma vasta mão-de-obra faminta e escrava, sem direitos políticos, sociais ou sindicais, sem greves, manifestações ou outras perturbações e com remunerações piores que no início da revolução industrial, e sem horários de trabalho, dotam a Coreia do Norte  da "capacidade" para atrair pesados investimentos de grandes grupos económicos e financeiros europeus, americanos, e mesmo asiáticos. Não há nada a esconder. Volker Eloesser, fundador de uma empresa alemã, especializada em tecnologias de informação, explicou o que motiva os investimentos: “O preço e a qualidade, em comparação com as empresas indianas.” Enquanto, em relação à China, os salários são muito superiores aos praticados na Coreia do Norte e “as pessoas costumam despedir-se dos seus empregos antes de um projecto estar terminado, em busca de salários mais elevados”. Tudo o resto vem por acréscimo, incluindo a corrupção dos dirigentes políticos e, o que não é de desprezar, mais emprego e menos miséria para o povo norte-coreano. O capitalismo encontrou outro paraíso, e que permitirá a Kim Jong-un continuar a sua missão - a “construção do socialismo” nas “condições concretas” da Republica Democrática Popular da Coreia.

O problema é que a Europa está também a aplicar a “teoria de Deng Xiaoping”, sob a designação de “teoria alemã”, segundo a qual só seremos competitivos se perdermos direitos políticos, sociais e sindicais, se reduzirmos substancialmente a preço da mão-de-obra, se formos suficientemente pobres para rivalizar com os trabalhadores chineses e norte-coreanos. Tudo isto vai acabar mal. Como dizem os chineses: o Oriente é vermelho, o Ocidente o será.  

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 09:03




Arquivo

  1. 2015
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2014
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2013
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2012
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2011
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2010
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2009
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2008
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2007
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2006
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D

Links

SOBRE LIVROS E OUTRAS ARTES

CONSULTA

LEITURA RECOMENDADA.