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Ontem, numa visita do primeiro-ministro a uma escola, em Viseu, aguardava-o à porta Mário Nogueira, o patrão do principal sindicato dos professores. Dizem que a conversa entre os dois durou 8 minutos e que correu bem, revelando um Passos Coelho solto, desinibido e de resposta pronta ao sindicalista. É bom saber que o nosso primeiro-ministro não foge a um diálogo inesperado, na rua; mas é bom lembrar, também, que o Mário Nogueira que ontem foi ao encontro do primeiro-ministro não é o mesmo que dirigiu as grandes manifestações de professores contra o primeiro governo de José Sócrates. Este Mário Nogueira entende-se melhor com governos de direita. A semana passada, na luta contra a avaliação dos professores atirou a toalha ao chão sem que tivesse obtido grandes ganhos. Disse que estava na altura de «mudar de página». Ontem, na conversa, revelou uma cordialidade inesperada, sem o rancor e a truculência que o caracterizam. Não foi por acaso que o PCP, no Parlamento, ajudou a derrubar o anterior governo, sabendo o que vinha depois. O diálogo cordato de ontem entre o primeiro-ministro e o dirigente sindical fazem parte do mesmo jogo.