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Neste começo de Agosto, com metade dos portugueses a banhos e a outra metade a meio-gás, para além de Pedro Passos Coelho ter recolhido a sua proposta de revisão constitucional, o mais relevante acontecimento político foi o grito do Ipiranga do Procurador-Geral da República, nas páginas do Diário de Notícias. Seguiu-se, em resposta, uma «carta aberta» dos sindicalistas do Ministério Público. O teor das duas intervenções deixa claro duas coisas. A primeira: foi tornada pública a luta surda que há muito tempo se trava, entre o Procurador-Geral e o Sindicato, pelo comando efectivo do MP (parece que os poderes formais da «rainha de Inglaterra» se subordinam aos poderes informais do Sindicato); a segunda: a crise do MP (parte importante da crise da Justiça), agora na praça pública, merece a atenção, com carácter de urgência, de quem detém legitimidade democrática para decidir sobre o tema: o poder político, governo e oposição. Deixar em banho-maria esta situação significa agravá-la em cada dia que passa. Sempre que, em democracia, polícias (ou Exército) pretenderam controlar o poder político deu para o torto.