Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
O secretário-geral do Partido Socialista cumpre, por estes dias, um ritual partidário (autarcas, grupo parlamentar e presidentes das federações) tendo em vista declarar, no Domingo, na Comissão Nacional, o apoio ao candidato presidencial Manuel Alegre. O poeta, deputado eleito nas listas do PS durante 34 anos, e candidato oficial do Bloco de Esquerda (onde residem os seus mais acérrimos defensores), com quem se amancebou nos últimos dois ou três anos, impediu a escolha, pela actual direcção dos socialistas, de um candidato capaz de derrotar Cavaco Silva. Nestas circunstâncias, impostas por Manuel Alegre, não resta outra solução ao PS senão cumprir um ritual político, sem alma, nem convicção: apoiar Manuel Alegre como candidato à presidência da República, mesmo sabendo que se trata de um candidato derrotado, sem o apoio de significativos segmentos do eleitorado socialista. Neste momento, e nas circunstâncias políticas que todos conhecemos, a melhor notícia para o candidato (até agora) do BE seria o PS escolher outro candidato: perdia as eleições, mas podia responsabilizar o PS pela derrota. O pior que podia acontecer a Manuel Alegre é o apoio do PS à sua candidatura: perde as eleições e é o responsável pela reeleição de Cavaco Silva. O PS, no Domingo, através da Comissão Nacional, vai dar o abraço de urso a Manuel Alegre.