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Ontem à noite, na ponta final do telejornal da RTP 1, vi uma reportagem sobre um grupo de cidadãos, assumidamente católicos apostólicos romanos, que se deslocam diariamente para a porta de uma clínica de «abortos», em Lisboa. E, aí, rezam com afinco e fé, de rosário na mão. «Pai-nosso que estás no céu…» diziam uns, enquanto outros respondiam: «Ave-Maria cheia de graça…». Ri como há muito tempo não me ria. E sabem porquê? Aqueles devotos eram os mesmos que há duas semanas chamaram todos os nomes à iniciativa de outro grupo de cidadãos que lhes passou pela cabeça distribuir preservativos à saída das missas celebradas por «sua santidade». Os caminhos da fé são, para mim, insondáveis. E os caminhos da intolerância, também.
(No Aparelho de Estado.)