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O PSD reuniu-se, em congresso, este fim-de-semana. Dos dois dias de trabalhos não saiu nada de significativo, o que já se esperava. Três momentos merecem, contudo, relevância negativa. Primeiro, Marcelo Rebelo de Sousa foi lá e, numa única intervenção, demonstrou que o próximo presidente dos sociais-democratas está muito aquém do que o partido precisa; segundo, o próximo presidente do PSD será um líder de facção e não do partido (foi significativo o momento em que Passos Coelho disse que conhecia Paulo Rangel apenas há dois anos: metade da sala pateou, a outra metade aplaudiu); finalmente, o pior momento: a aprovação de uma norma estatutária que prevê sanções por delito de opinião (sanções aos militantes que discordem publicamente das posições do partido nos 60 dias imediatamente anteriores à realização de eleições). Não sei se Santana Lopes, o proponente de tais sanções, e os delegados que a aprovaram, perceberam bem o alcance anti-democrata da proposta, sobretudo no momento em que o PSD, na Assembleia da República, através da Comissão de Ética, pretende discutir a liberdade de expressão na sociedade portuguesa. Este é um infeliz episódio da reunião de Mafra. Como no PS não existem normas deste quilate, qualquer militante socialista pode continuar a criticar o PEC durante qualquer campanha eleitoral. Muitas vezes, a maior parte das vezes, o PSD fala de liberdade de expressão sem se saber do que fala. A prova está à vista.