Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Na Venezuela – o país laboratório do «socialismo do século XXI» (o «socialismo» cubano continua a marcar passo no século XIX) – há duas economias: a oficial, onde circula o bolívar; e a paralela, onde o dólar é a moeda de troca. Mais de metade dos venezuelanos têm dólares escondidos nos colchões e em outros alçapões e esconderijos ou em contas bancárias nos Estados Unidos (aliás, como em Cuba, o que parece ser uma característica do «socialismo» tropical). Agora, chega-nos a notícia que Hugo Chávez decidiu reanimar a moribunda economia venezuelana à custa dos dólares escondidos e criou duas taxas de câmbio: desvalorizou o bolívar 50% na aquisição de bens não essências; enquanto na aquisição de bens essências, como alimentos e medicamentos, a taxa de câmbio mantém-se praticamente igual. Os dólares não servem, pois, para comprar pão, leite ou carne, mas sim para comprar electrodomésticos, carros ou produtos de beleza. Mas, acontece, que a maior parte dos produtos não essenciais vendidos na Venezuela são importados e, com esta medida, os dólares seguem directamente para o estrangeiro. E, por isso, Chávez prometeu aumentar o preço dos produtos não essências importados, fazendo voltar tudo à estaca zero. Ou seja: o aumento dos preços dos produtos importados anula a desvalorização do bolívar. E, assim, os dólares continuam debaixo do colchão. De facto, gerir uma economia «socialista» é uma tarefa muito complexa.
(Publicado aqui).